O cinema russo entre nós: Graça, de Ilya Povolotsky

“As ruínas do espaço pós-soviético” num filme aquém da sua ambição.

Graça
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O filme Graça, de Ilya Povolotsky, é uma das estreias de cinema desta semana
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Notícias cinematográficas da Rússia, esse país de que a pouco e pouco fomos tendo cada vez menos imagens para além das que chegam, sempre politicamente determinadas (como “propaganda” ou como “antipropaganda”), através dos noticiários e da televisão. Um filme como Graça, primeira longa-metragem de um realizador nascido em 1987, que nem sequer tem nada de uma produção “oficial” (foi feito e financiado em moldes independentes), teria sempre essa inerência, ser um contributo para a redescoberta da Rússia como país de cinema, tanto mais que, no seu modo de fazer e de dar a ver, Ilya Povolotsky integra alguma forma de reconhecimento, ou mesmo de filiação, para com alguns pontos altos da história da Rússia como país de cinema (o manejo do tempo, a relação com a paisagem, a rarefacção narrativa: não é que sejam “à Tarkovski”, mas estão de acordo com aquela ideia, mais ou menos equívoca, que leva, por exemplo, Paul Schrader, e muita crítica internacional, a identificar Tarkovski como origem e nec plus ultra do slow cinema, passe o palavrão).

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