Valentin Paret-Peintre vence 10.ª etapa da Volta a Itália

Perigo de avalanches motiva alteração da 16.ª etapa, com subida do Stelvio a ser substituída pela do Giogo di Santa Maria.

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Valentin Paret-Peintre venceu 10.ª etapa do Giro Jennifer Lorenzini / REUTERS
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O ciclista francês Valentin Paret-Peintre (Decathlon-AG2R La Mondiale) venceu esta terça-feira a 10.ª etapa da Volta a Itália, ao fazer vingar a fuga do dia, enquanto o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) conservou a liderança da geral.

Peintre, de 23 anos, cumpriu os 142 quilómetros entre Pompeia e a Bocca della Selva em 3h43m50s, triunfando a solo no alto, com 30 segundos de vantagem para o compatriota Romain Bardet (dsm-firmenich PostNL) e um minuto para o esloveno Jan Tratnik (Visma-Lease a Bike).

Nas contas da geral, Pogacar continua com 2m40s de vantagem para o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe) e 2m58s para o britânico Geraint Thomas (INEOS).

Num dia em que Tadej Pogacar decidiu "abrandar", depois de três vitórias nas primeiras nove etapas, e de ter construído uma liderança folgada, o pelotão permitiu uma "fuga bidone", de 26 elementos, que animou uma jornada com muita montanha e chegada em alto.

A selecção foi afastando vários candidatos à vitória na etapa, um prémio apetecível para nomes como o francês Julian Alaphilippe (Soudal Quick-Step), muito combativo neste Giro. Mas a perseverança gaulesa fez a diferença no dia e na subida até Bocca della Selva.

Ainda assim, o primeiro a conseguir isolar-se foi Jan Tratnik, que procurava vencer nova etapa no Giro depois de um triunfo em 2020. Mas Paret-Peintre saiu no seu encalço e ultrapassou-o.

E nem Bardet, de 33 anos, foi capaz de impedir que o mais jovem dos irmãos Paret-Peintre festejasse a primeira vitória como profissional.

"Nem consigo falar sobre o que estou a sentir. É fantástico. Queria um bom resultado. Mas vencer uma etapa [numa grande Volta] para primeira vitória como profissional...", começou por dizer.

O irmão mais velho, de 28 anos, ganhou uma etapa em 2023 e hoje acabou no quinto lugar, tendo estado ao lado do irmão na escapada vitoriosa.

"Via Bardet na televisão quando era miúdo, quando foi ao pódio na Volta a França [segundo em 2016 e terceiro em 2017]. Sonhava com este dia, e hoje batalhei com ele e consegui batê-lo", admitiu o jovem ciclista, ainda incrédulo.

O vencedor considerou os últimos quatro quilómetros decisivos, por serem mais duros. Por isso, decidiu ir no encalço de Tratnik, acabando por desferir o golpe certeiro.

O terceiro lugar do esloveno atenuou o "pesadelo" da Visma-Lease a Bike, uma das grandes potências do pelotão e vencedora das três grandes Voltas na temporada passada, que neste Giro está reduzida a azares, com o sprinter neerlandês Olav Kooij, vencedor da nona etapa, com sintomas febris, a não alinhar à partida.

A Visma já tinha perdido o neerlandês Robert Gesink na primeira etapa e o francês Christophe Laporte na oitava. Sem esquecer que o belga Cian Uijtebroeks perdeu 13 segundos em relação a Pogacar, seguindo no quinto posto, mas agora a 4m15s do "maglia rosa".

Por seu lado, Bardet aproveitou a escapada para saltar de 14.º para sétimo, com o italiano Filippo Zana (Jayco-AlUla) a entrar também no top 10, sendo nono. O português Rui Oliveira (UAE Emirates), que muito trabalhou na frente do pelotão para "Pogi", segue no 138.º posto da geral.

Esta quarta-feira, a 11.ª etapa liga Foiano di val Fortore a Francavilla al Mare em 207 quilómetros. Entretanto, a 16.ª etapa foi alterada, com a subida ao Stelvio a ser cancelada devido à queda de neve na região, anunciou a organização.

A recente queda de neve no Stelvio, seguida da subida da temperatura, aumenta o risco de avalanches. Para salvaguardar a segurança da caravana, a direcção da prova alterou o percurso da etapa prevista para 21 de Maio.

A 16.ª etapa, entre Livigno-Santa Cristina Val Gardena, terá 206 quilómetros, com a subida ao Stelvio a ser substituída por uma igualmente dura ascensão a Giogo di Santa Maria, com uma altitude de 2489 metros, logo aos 50 quilómetros da tirada.

Inicialmente, a etapa tinha 204 quilómetros, com a passagem do Stelvio, uma subida de categoria especial, a acontecer igualmente no primeiro quarto da tirada, pouco depois dos 50 quilómetros.

O final da tirada terá ainda uma contagem de primeira categoria, com a meta a coincidir com uma contagem de segunda.

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