Manchester de Guardiola está a um passo de um histórico “tetra”

“Matador” Haaland assinou os dois golos que colocam os “citizans” à beira do 10.º título de campeão, o quarto consecutivo... feito inédito em 135 anos de futebol inglês.

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Haaland bisou frente ao Tottenham e colocou o Manchester City à beira do primeiro "tetra" inglês Dylan Martinez / REUTERS
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Com os big five apenas à espera do campeão inglês para fecharem o balanço de 2023/24, o Manchester City poderá ter dado, em Londres, o passo decisivo para juntar-se a Real Madrid, Inter Milão, PSG e Bayer Leverkusen.

Em boa verdade, o City fez muito mais do que associar-se aos grandes campeões do futebol europeu: A equipa de Pep Guardiola está, depois do triunfo por 0-2 frente ao Tottenham (bis de Haaland, golos só na segunda parte), na iminência de fazer história em Inglaterra, precisando apenas de vencer o West Ham, na última jornada da Premier League, em pleno Etihad Stadium, para se tornar na primeira a conquistar o tetracampeonato inglês, algo que só Huddersfield Town, Arsenal, Liverpool e Manchester United (este por duas vezes) estiveram perto de alcançar.

O dia 19 de Maio pode, assim, pôr um ponto final na espera que dura desde a fundação do futebol inglês, registado nos livros a 8 de Setembro de 1888.

Tottenham falha Champions

O Manchester City, que nunca tinha vencido no novo estádio do Tottenham — onde apenas festejara um golo, para a Taça de Inglaterra, com Nathan Aké (88’) a marcar em Janeiro deste ano, na presente edição da prova —, pôs fim a quatro anos de “jejum” e deu um passo gigantesco rumo ao “tetra”, para além de ter oferecido ao Aston Villa (4.º classificado) o bilhete para o regresso à Champions... ao fim de 41 anos.

Sem motivos para sorrir ficaram os “spurs”, que além de terem perdido o comboio da Liga dos Campeões ainda terão de contar com a concorrência de Newcastle e Chelsea pelo quinto posto.

Como “prémio de consolação”, apesar da estranheza do treinador do Tottenham, Ange Postecoglou (ciente de que a maioria dos adeptos do clube até preferia perder este jogo), os seguidores do emblema londrino ficarão, de alguma forma, aliviados por não terem contribuído para uma eventual festa do Arsenal, que beneficiaria enormemente de uma ajuda do rival da capital inglesa...independentemente de os “gunners” ainda poderem vencer as probabilidades do City na última ronda.

A dois pontos do líder, o Arsenal — que não ergue o troféu da Liga inglesa desde 2003/04 — terá agora, imperiosamente, de vencer o Everton, no Emirates Stadium, e aguardar por um deslize da equipa de Pep Guardiola.

A confirmar-se essa circunstância, e caso os dois candidatos terminem empatados (com 89 pontos) ao fim de 38 jornadas, o Arsenal, que até tem vantagem no confronto directo com o City (um empate e uma vitória), precisa confirmar que possui melhor “artilharia” do que os “blues”, já que o primeiro critério de desempate é a diferença entre golos marcados e sofridos (o segundo é o maior número de golos obtidos).

Nesse parâmetro, o Arsenal tem vantagem, sendo, neste momento, as contas (61-60) favoráveis ao Arsenal, com um mero golo de vantagem.

Seja como for, para chegar ao décimo título de campeão inglês — oitavo nos últimos 13 anos e sexto em sete — e ficar a três do Arsenal (o rival United lidera com 20 troféus, seguido do Liverpool, com 19), o Manchester City depende apenas daquilo que for capaz de fazer frente aos “hammers”, numa competição onde soma oito triunfos consecutivos e não perde desde a primeira semana de Dezembro de 2023 (derrota por 1-0 em Villa Park).

Os outros dois desaires aconteceram também na condição de visitante, frente ao Wolverhampton e ao Arsenal. Em casa, o registo dos “citizens” revela cinco empates, o último dos quais na recepção aos “gunners”.

Perante este cenário, num jogo que assume carácter de autêntica final, o favoritismo está inegavelmente do lado dos tricampeões, que no domingo podem quebrar essa barreira de 135 anos sem sombra de um “tetra” no futebol inglês.

Isto, a menos de uma semana de nova final, para a Taça de Inglaterra, frente ao Manchester United, em Wembley, numa reedição da final de 2022/23, ganha pela formação dos portugueses Rúben Dias, Matheus Nunes e Bernardo Silva.

Sai um recorde à Guardiola

Na base do sucesso está, obviamente, Pep Guardiola, o treinador catalão que já conduziu o Barcelona a três títulos consecutivos na La Liga, tendo sido apenas o segundo técnico a consegui-lo na história.

Aliás, desde então mais ninguém o “imitou”... ao serviço de nenhum clube espanhol. Pep Guardiola foi também o primeiro treinador a conquistar os três principais troféus no futebol espanhol e o segundo a fazê-lo no futebol inglês.

Guardiola foi, ainda, o primeiro técnico a conquistar três títulos consecutivos (2014 a 2016) pelo Bayern de Munique na Bundesliga, ao fim de 29 anos... depois de Ottmar Hitzfeld (entre 1999 e 2001) e Udo Latek (entre 1972 e 1974 e entre 1985 e 1987) terem sido os únicos tricampeões na Alemanha.

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