Na despedida, Taremi oferece o pódio ao FC Porto
O FC Porto venceu o Boavista com dois golos na parte final do jogo. Os axadrezados ainda não têm a permanência na I Liga garantida.
Com tumultos internos, problemas financeiros, trocas de treinadores e impossibilidade de fazer transferências, o Boavista parecia poder, simbolicamente, assegurar a sobrevivência na I Liga no derby portuense.
Neste domingo, os axadrezados foram ao Estádio do Dragão e tinham isso na mão, mas a expulsão de Pedro Malheiro condicionou a equipa, que permitiu dois golos ao FC Porto já na parte final do encontro, virando um 0-1 para 2-1.
A cortesia final foi de Taremi, que no último jogo no Dragão ofereceu o pódio ao FC Porto, já que este desfecho nos diz que os “dragões”, com um desempenho globalmente fraco, poderão ir a Braga na última jornada só precisando de um empate para terminarem o campeonato no pódio.
Já o Boavista vai ter de jogar pela vida na última ronda, tendo de evitar a presença no play-off de permanência.
4x5x1 muito rígido
A primeira parte não foi difícil de decifrar a nível táctico. O Boavista nunca largou o seu 4x5x1 muito rígido, com as linhas muito juntas.
Nico González e Alan Varela eram marcados quase homem a homem, raramente tendo a possibilidade de se virarem de frente para o jogo com bola.
Como os dois extremos do Boavista estavam bastante abertos, também não havia como o FC Porto explorar os laterais e o espaço entre linhas, onde poderiam prosperar Pepê e até Evanilson, em apoios frontais, também era nulo.
A única via que restava era a de forçar a largura dos laterais do Boavista, já que tendo uma defesa a quatro teriam de ser os laterais a marcar os alas do FC Porto. Obrigando-os a abrirem, haveria espaço entre o lateral e o central.
Os “dragões” demoraram 40 minutos a perceberem isto e só aos 41’ exploraram essa via. Conceição e Martim Fernandes abriram as suas posições bem encostados à linha lateral e arrastaram consigo as marcações. Depois, Pepê pediu em profundidade no espaço deixado livre entre o lateral do Boavista e o central e assistiu Nico, que rematou para corte de Malheiro.
O Boavista criou perigo logo no contra-ataque a esse lance, numa jogada salva por Diogo Costa, mas dois minutos depois o FC Porto voltou a explorar a via que tinha descoberto.
Houve novamente arrastamento das marcações até à linha lateral e desta vez foi Martim Fernandes a pedir no espaço deixado livre, assistindo Pepê, que rematou à trave.
Malheiro comprometeu
Para a segunda parte, o Boavista deixou de cair nesse engodo, mobilizando, à vez, um dos médios para baixarem, permitindo que o central do lado da bola pudesse fazer dobras ao lateral, sem que se abrisse uma cratera.
O FC Porto voltou às dificuldades que tinha tido com bola e, aos 60’, um lance de bola parada permitiu ao Boavista manter os jogadores na área do FC Porto e uma nova tentativa de criar perigo deu uma bola a Bruno Lourenço, que rematou em arco, de pé esquerdo.
Até que Pedro Malheiro, sem qualquer nexo, decidiu entrar de forma muito dura sobre Taremi, já tendo um cartão amarelo – foi naturalmente expulso.
Aos 81’, também foi um lance de bola parada a dar o empate ao FC Porto, com um cabeceamento de Zé Pedro – que ainda esteve perto de bisar pouco depois.
A excitação do Dragão e a inferioridade numérica do Boavista empurraram o FC Porto para uma crença maior nos últimos minutos, com várias oportunidades de golo criadas, mesmo que por vezes em lances algo atabalhoados. Foi o necessário para Conceição assistir Taremi para um golo no último minuto.