Biden quer taxas de 100% sobre carros eléctricos chineses

Casa Branca prepara-se para, esta terça-feira, anunciar um agravamento das taxas alfandegárias impostas por Donald Trump em 2018, intensificando o clima de guerra comercial com a China.

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Joe Biden, presidente dos EUA, com o seu homólogo chinês, Xi Jinping KEVIN LAMARQUE / REUTERS
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Ao fim de três anos de avaliação sobre o que fazer às taxas alfandegárias mais altas impostas por Donald Trump aos produtos importados da China, a Administração Biden deverá esta terça-feira anunciar um agravamento ainda mais significativo das barreiras comerciais impostas ao maior concorrente dos EUA, com particular destaque para as taxas aplicadas ao automóveis eléctricos chineses que poderão quadruplicar para 100%.

A informação de que as autoridades norte-americanas se preparam para dar esta semana mais um passo na guerra comercial com a China foi avançada esta sexta-feira por vários órgãos de comunicação social, incluindo a Bloomberg, Reuters, Financial Times e Wall Street Journal, todos eles citando fontes da administração Biden.

O aumento das taxas alfandegárias sobre as importações chinesas irá, de acordo com a Reuters, fazer-se sentir numa grande variedade de produtos onde a concorrência do gigante asiático está a afectar cada vez mais os produtores norte-americanos: automóveis eléctricos, painéis solares, semicondutores e equipamento de saúde.

No entanto, será nos veículos automóveis eléctricos que o agravamento das taxas será mais radical. De acordo com o Financial Times e o Wall Street Journal, a administração Biden prepara-se para esta terça-feira anunciar um agravamento das taxas alfandegárias aplicadas aos veículos eléctricos chineses dos actuais 25% para 100%.

Existe o receio, expresso publicamente por muitos fabricantes automóveis dos EUA, de que diversas marcas chinesas se estejam a preparar, mesmo com as já elevadas taxas alfandegárias actuais de 25%, para inundar os mercados norte-americano e europeu com veículos eléctricos com um preço muito competitivo.

Com a subida das taxas para 100%, o objectivo das empresas chinesas de assumirem uma posição importante no mercado dos EUA torna-se automaticamente mais difícil.

Parece estar assim de regresso o ambiente de guerra comercial aberta entre as duas maiores potências mundiais. Donald Trump, no seu mandato como presidente, pôs em prática, a partir de 2018, uma série de aumentos de taxas alfandegárias sobre os produtos importados pelos EUA de todo o mundo, como especial destaque para a China.

Esta política proteccionista desencadeou represálias dos outros países, contribuindo para uma maior contenção dos fluxos comerciais internacionais e ajudando a travar o processo de globalização da economia mundial a que se vinha assistindo nas últimas décadas.

Apesar dos mais recentes esforços diplomáticos para melhorar as relações com a China, Joe Biden, com uma nova disputa eleitoral com Trump em Novembro, não se pode dar ao luxo de arriscar perder votos em Estados chave, onde a indústria tem grande preponderância e onde uma política proteccionista agressiva contra a China é muito bem vista.

Também Donald Trump, nos últimos meses, tem garantido que, caso volte a ocupar a Casa Branca, irá aumentar de forma muito acentuada as taxas alfandegárias aplicadas aos produtos importados da China.

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