TAP volta aos prejuízos no arranque do ano e regista perda de 71,9 milhões

A subida dos custos com combustíveis e trabalhadores penalizou as contas da companhia aérea, que regressou aos prejuízos no primeiro trimestre deste ano, depois dos lucros históricos em 2023.

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Luís Rodrigues, presidente da TAP Daniel Rocha
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Depois de ter fechado 2023 com indicadores históricos de desempenho, que lhe valeram lucros superiores a 177 milhões de euros no conjunto do ano passado, a TAP volta às perdas no arranque deste ano. No primeiro trimestre de 2024, a companhia aérea reportou um resultado líquido negativo de 71,9 milhões de euros, num período em que foi afectada pela subida dos custos.

Os resultados foram divulgados, nesta sexta-feira, em comunicado da empresa. No período em análise, mostra o documento, o prejuízo totalizou 71,9 milhões de euros, um agravamento em relação às perdas de 57,4 milhões que tinham sido registadas no primeiro trimestre de 2023. Os prejuízos são reportados, apesar de as receitas operacionais terem aumentado em cerca de 3%, totalizando 861,9 milhões de euros, sobretudo graças ao crescimento das receitas obtidas por via de passagens aéreas.

O aumento de receitas registou-se num cenário em que o número de passageiros transportados pela TAP ficou praticamente inalterado. Entre Janeiro e Março, a companhia aérea transportou pouco mais de 3,5 milhões de passageiros, um aumento de 0,6% em relação a igual período do ano passado. Ao mesmo tempo, totalizou 27 mil partidas, uma queda de 2% em relação ao período homólogo. A subida dos preços, contudo, chegou para compensar esses indicadores e fazer aumentar as receitas operacionais.

Assim, foi sobretudo pela componente dos custos que os resultados da transportadora se agravaram no arranque deste ano. Os custos operacionais ascenderam a 919 milhões de euros no primeiro trimestre, um aumento de 7,8% face a igual período do ano passado. Este movimento resulta, sobretudo, do aumento de quase 57% dos custos com pessoal, que a TAP justifica com os novos acordos de empresa, que não chegaram para compensar a poupança conseguida com a redução do preço do combustível.

“O aumento dos custos com pessoal no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o primeiro trimestre de 2023, foi impactado por custos extraordinários decorrentes de um acordo alcançado com os representantes dos pilotos e, adicionalmente, pela existência de reduções de remunerações em vigor em 2023, reduções essas eliminadas com a entrada em vigor dos novos acordos de empresa na segunda metade de 2023”, detalha a TAP.

Ao mesmo tempo, a empresa reduziu a dívida financeira em cerca de 1,4%, para 1420 milhões de euros, e aumentou a liquidez em caixa em mais de 43%, para 1133 milhões, reduzindo a dívida líquida em mais de 55%, para um total de 287 milhões de euros.

Perante estes resultados, e apesar do agravamento dos prejuízos, a empresa destaca a evolução do desempenho operacional e aponta para perspectivas positivas durante este ano. “As expectativas para o Verão de 2024 mantêm-se positivas, com as reservas em linha com 2023, apesar do aumento de capacidade, confirmando uma procura resiliente. Igualmente em 2024, o investimento na modernização da frota irá continuar, com a [introdução] de três novas aeronaves A320 NEO, confirmando o compromisso da TAP numa frota mais sustentável e eficiente”, pode ler-se no comunicado de divulgação de resultados.

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