O atrevimento e a elegância de Marco Rodrigues num disco-homenagem a Carlos do Carmo

Num álbum dedicado a temas do reportório do seu mestre, o fadista entrega-se aos arranjos preciosos, entre o jazz e o fado, de Luís Figueiredo. Disco de textura clássica para os dias de hoje.

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Marco Rodrigues correu o risco de dedicar todo um disco ao reportório de um dos maiores intérpretes do fado Simão Pernas
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Os últimos anos de Marco Rodrigues têm acumulado “tristezas profundas” e “alegrias gigantes”. Mortes, nascimentos, um corrupio de emoções em sentido contrário a que o fadista foi tentando responder com os discos que escolheu gravar. Depois de fazer uma vénia aos homens no fado – cantando temas do reportório de Max, Tony de Matos, Carlos do Carmo, Fernando Maurício ou Tristão da Silva, como que desenhando o caminho de que é feito em Fados do Fado, de 2015 –, após a morte da sua mãe homenageou, em Judite (2022), “a pessoa mais importante” da sua vida e que o levou a apaixonar-se pelo fado, acompanhando o filho adolescente e recém-chegado a Lisboa de Arcos de Valdevez quando este se apresentava nas casas de fado. Assim foi, numa altura em que a vergonha proibia Marco de partilhar na escola a vitória na Grande Noite do Fado, em 1999. Agora, passados três anos sobre o desaparecimento de Carlos do Carmo, quis entregar-se por completo à obra daquele que foi o seu mestre e a sua candeia ao avançar pelas ruelas e pelas esquinas do fado.

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