PS acusa Governo de fazer “guerrilha política não fundamentada”

Alexandra Leitão fala sobre as demissões na Santa Casa, na PSP e na direcção executiva do SNS e critica o ministro das Finanças.

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Alexandra Leitão assumiu nesta legislatura o cargo de líder parlamentar do PS. Daniel Rocha
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A líder da bancada parlamentar do PS, Alexandra Leitão, acusa o Governo de Luís Montenegro de criar uma "instabilidade preocupante", de "pôr em causa a credibilidade das contas públicas" e entrar em "guerrilha política" com acusações "sem factos nem explicações". Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Alexandra Leitão, do núcleo mais restrito de Pedro Nuno Santos, saiu em defesa das personalidades que em duas semanas foram demitidas ou exoneradas (ou forçadas a isso) afirmando-se "preocupada pelo padrão de comportamento do Governo nos últimos dias".

Alexandra Leitão foi contando os casos das duas últimas semanas de exonerações de altos cargos - do director nacional da PSP, da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, da direcção executiva do SNS - e somou a essas decisões as "declarações sem fundamento e sem factos a confirmá-las que são de grande gravidade". "Esta instabilidade que está criada é preocupante (...) o primeiro-ministro vem dizer que quando entra um novo Governo, este tem o direito de mudar pessoas para ter a tradução das suas orientações políticas", apontou a deputada. Que logo a seguir questionou se se estão a mudar pessoas para haver orientações diferentes ou se há realmente "coisas graves que não têm sido fundamentadas".

Outro ponto crítico tem sido a avaliação do ministro das Finanças sobre o estado financeiro do país. Alexandra Leitão queixou-se que Joaquim Miranda Sarmento tem mudado a "dimensão" do que chama de défice e que será um "problema das contas públicas", mas também sem fundamentar as suas afirmações. "Isto põe em causa o prestígio de Portugal e a credibilidade internacional das contas públicas nacionais."

A dirigente socialista insistiu que esta ideia de que as contas têm problemas "não está fundamentada e não é verdadeira". "Foi o Governo que apresentou em Bruxelas um Programa de Estabilidade com um excedente de 0,3%. Em que ficamos? É preciso que não se brinque desta maneira com o prestígio do país em nome de uma guerrilha política não fundamentada." E desafia Miranda Sarmento questionando: "Que despesas deixaria de fazer? Deixaria de comprar vacinas? De apoiar os agricultores? De apoiar a Ucrânia? De pagar indemnizações no quadro de sentenças judiciais?"

Alexandra Leitão assumiu que o PS está confortável com as contas que deixou ao novo executivo e recusou a ideia que houve assunção de despesas sem cabimento orçamental. "Isso não existe."

O PS já pediu a presença na ministra da Administração Interna na Assembleia da República para explicar a mudança na cúpula da PSP, assim como quer o ministro das Finanças também com urgência para falar sobre o estado das contas públicas e estão a ser feitas as audições sobre as saídas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A dirigente socialista considerou que houve "acusações graves" sobre a Mesa e a provedora, de que se beneficiaram a si próprias e que "têm que ser fundamentadas em factos" porque "põem em causa o bom nome das pessoas e das instituições".

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