Para que serve uma convenção de jogos de tabuleiro?

Estar com pessoas que partilham a mesma paixão ou testar novas criações: estes são alguns dos motivos que levam aficcionados a convenções de jogos de tabuleiro.

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Algumas convenções de jogos de tabuleiro, especialmente as mais famosas do mundo, fazem-se há décadas. No nosso caso, também temos algumas, sendo a mais antiga de todas a Leiriacon, que assinalou este ano a sua 17.ª edição. Mas as convenções do Porto (Invictacon) e Aveiro (Riacon) seguem pelo mesmo caminho, com a convenção de Viana do Castelo (Vianacon) a ser uma das que mais rapidamente cresceu. Outras desapareceram, enquanto novas vão surgindo mais a Sul. Depois temos eventos semelhantes, com nomes que podem variar entre os encontros e os festivais de jogos.

Para além destes eventos de maiores dimensões, alguns com centenas de participantes, muitos outros, mais pequenos, acontecem todas as semanas em associações, colectividades, espaços públicos, cafés e muito mais. O fascínio pelos jogos de tabuleiro, especialmente os modernos, vai crescendo em Portugal.

Mas afinal porque se fazem estes eventos? Qual a razão para participar nestes encontros? Eu aponto dois motivos principais.

Primeiro porque se quer estar com pessoas que partilham a mesma paixão, num ambiente dedicado a este passatempo. Sendo uma comunidade que se espalha por todo o território nacional, por vezes são estes certames os únicos momentos para estar com outros aficionados. E jogar com certas pessoas, certos tipos de jogos, justifica fazer as viagens. Uma experiência de jogo pode gerar memórias que ficam para sempre e uma conversa apaixonada tem valor incalculável.

Depois, porque também é uma forma de conhecer novidades, pois estão constantemente a ser publicados novos jogos. Ainda assim, nem só de novidades vivem estes jogadores. As trocas, vendas e compras de usados assumem um papel relevante. Estes jogos, ao contrário dos jogos digitais, não ficam obsoletos. Alguns valorizam pela raridade até.

Existe depois um outro lado. Nas convenções, especialmente na Leiriacon, surge a oportunidade de estar com alguns dos mais conhecidos designers mundiais de jogos, de os conhecer pessoalmente e testar as suas novas criações. Mas, um pouco por todas as convenções, podemos experimentar os protótipos, podendo dar a nossa opinião aos criadores e editoras de jogos. É quase um processo de co-criação. Por outro lado, as convenções de jogos começam a ter também espaço para o lado mais sério dos jogos de tabuleiro, especialmente para os projectos aplicados (game-based learning; serious games, gamificação). Dentro das conferências, especialmente na Leiriacon e na Vianacon, existem palestras, debates e workshops que mostram como os jogos estão a ser estudados, desenvolvidos e aplicados para áreas de educação, saúde, ambiente e muitas outras.

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