BBVA lança OPA hostil sobre o Sabadell

BBVA tenta atrair accionistas do Sabadell com prémio de 18% depois de a administração do banco catalão ter recusado proposta de fusão amigável.

Foto
Banco catalão Sabadell está a ser alvo de uma OPA Nacho Doce / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:58

Depois de ter visto ser recusada pela administração do Sabadell a sua proposta de fusão amigável, o BBVA voltou esta quinta-feira à carga com a apresentação de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelo banco catalão que promete agitar o ambiente no sector financeiro espanhol.

A proposta realizada pelo BBVA é exactamente a mesma que tinha sido feita - e recusada na segunda-feira - de forma ainda amigável: os accionistas do Sabadell podem receber uma acção do BBVA por cada 4,83 títulos que detenham.

Esta oferta representa, face aos actuais valores praticados no mercado, um ganho de aproximadamente 18% para os accionistas do Sabadell. Este valor já foi, antes da descida registada nos últimos dias no preço dos títulos do BBVA e da subida que se verificou nas acções do Sabadell, superior a 30%.

Na segunda-feira, após uma semana de deliberações, a administração do Sabadell anunciou que decidiu recusar a proposta de fusão feita pelo BBVA, por esta “subavaliar significativamente” o valor e as perspectivas de crescimento do banco, um dos mais importantes da Catalunha.

Também o Governo espanhol decidiu assumir uma posição contrária à operação, defendendo que traria danos à estabilidade do sistema financeiro do país.

Os responsáveis do BBVA, no entanto, optaram agora por não desistir e decidiram deixar a decisão sobre a operação aos accionistas do Sabadell, tentando convencê-los, não só com o ganho financeiro imediato que podem ter com a troca de acções, mas também com a perspectiva de criação de uma “entidade com maior escala” e com ganhos em sinergias calculados em 850 milhões de euros ao ano.

Neste momento, o banco catalão está órfão de um accionista que se possa dizer “de referência”. A dominar o banco estão essencialmente fundos financeiros internacionais de grande dimensão como o BlackRock, que detêm cerca de 53% das acções, estando o restante capital distribuído por pequenos accionistas.

Todos eles serão agora chamados a decidir o futuro da instituição, sendo que para a OPA se efectivar, o BBVA exige ficar com o controlo de mais de metade das acções do Sabadell.

Sugerir correcção
Comentar