Rali de Portugal chama pilotos à terra para acelerar o Mundial

Um milhão para assistir a rali com 22 classificativas, recorde de vencedores e o duelo dos campeões Ogier e Rovanperä, em parte-time.

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Sébastien Ogier regressa a Portugal em busca do sexto triunfo ALESSANDRO GAROFALO / LUSA
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O Mundial de ralis (WRC, da sigla em inglês) salta directamente do asfalto da Croácia para o primeiro embate nos troços de terra de Portugal, onde nesta 57.ª edição se encontram sete vencedores da prova, com destaque para o regresso do bicampeão mundial, Kalle Rovanperä (Toyota) — após ausência na corrida dos balcãs —, que surge focado no terceiro triunfo consecutivo no rali português.

A quinta de 13 etapas WRC arranca nesta quinta-feira com o belga Thierry Neuville (Hyundai) na liderança (86 pontos), essencialmente assente no triunfo de Monte Carlo. Vice-campeão por cinco vezes, o belga precisa de repetir o triunfo da 52.ª edição do Rali de Portugal (2018) para reforçar a candidatura ao título Mundial num ano em que Rovanperä, tal como Ogier, competem em regime parcial.

Tarefa árdua para o principal candidato ao troféu de 2024, já que lhe competirá abrir os troços, o que lhe custará tempo precioso para a discussão final.

Sem qualquer vitória em 2024, Elfyn Evans (Toyota), um dos cinco vencedores da prova portuguesa — ganhou em 2021 — a competir em Rally 1, está a seis pontos da liderança do Mundial, com o francês Adrien Fourmaux (Ford) a fechar o pódio.

À corrida “monegasca” seguiram-se Suécia, Quénia e Croácia. Todas com vencedores diferentes... sinal de equilíbrio: Esapekka Lappi, Kalle Rovanperä e Sébastien Ogier.

O piloto francês, oito vezes campeão do Mundo, regressa mais uma vez ao rali que venceu pela primeira vez há 14 anos e que não vence desde 2017. Isto, poucos dias após ter alcançado o 100.º pódio na Croácia, apresentando-se com renovadas expectativas de chegar à conquista do sexto triunfo em terra lusas, desfazendo-se definitivamente da companhia de Markku Alén, com quem reparte o recorde de vitórias no rali português.

Mas Ogier sabe que o companheiro de equipa e vencedor das duas últimas edições também não quis faltar, reservando um cada vez mais raro duelo de campeões em 2024 para Portugal. Para ascender na classificação, onde ocupa modesto sétimo posto, com 31 pontos em apenas duas corridas, Kalle Rovenperä precisa de repetir o triunfo do “Safari”, o que não será de todo impossível.

Armindo Araújo vezes 18

O Rali de Portugal, com 1353,08 km (337,04 km cronometrados) e 22 especiais, “cresceu” — não era tão extenso desde 2012. A cerimónia de partida, ao fim desta tarde, volta a realizar-se em Coimbra, junto ao Mondego, depois do shakedown matinal, em Paredes.

O primeiro dia encerra com a superespecial da Figueira Foz, um “aperitivo” antes do prato forte, na região centro, com a dupla ronda de quatro PEC’s e sem lugar a assistência (haverá apenas parque para troca de pneus).

O terceiro dia (sábado) contará com nove classificativas e uma novidade, com Montim a regressar ao calendário em substituição da especial de Vieira do Minho. A jornada termina no Eurocircuito da Costilha, em Lousada, com espectáculo garantido. Segue-se o último dia do Rali de Portugal, com quatro classificativas, e um acrescido motivo de interesse:os pilotos terão de empenhar-se a fundo para somarem os pontos bónus em disputa no novo sistema de classificação da Federação Internacional do Automóvel (FIA).

Recorde-se que os pontos conquistados no sábado só serão averbados se os pilotos terminarem o rali, havendo ainda um bónus para os sete mais bem classificados de domingo, com 7 pontos para o primeiro.

Acresce ainda a pontuação da PowerStage (cinco pontos para o primeiro), o que dá um total de 12 possíveis pontos bónus, evitando um último dia de “gestão”. Sistema que suscitou críticas por permitir que um piloto possa, inclusive, somar mais pontos do que o vencedor.

À margem da “polémica” está um dos sete vencedores do Rali de Portugal presentes nesta edição: o português Armindo Araújo (Skoda) alinhará pela 18.ª vez em busca do 13.º título de “melhor” piloto luso. Outro dos vencedores presentes é o norte-irlandês Chris Meeke (Hyundai), líder destacado do CPR. Com o campeão nacional, Ricardo Teodósio (Skoda), atrasado no CPR, espera-se emoção a triplicar no arranque do rali que deverá ter um milhão de espectadores.

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