Expedição encontra montanhas que emergiram devido ao degelo na Gronelândia
Expedição na Gronelândia encontrou montanhas que não apareciam nos mapas e que emergiram porque a espessura do manto de gelo diminuiu. Estudo às alterações na paisagem polar arranca este mês.
A expedição "Gronelândia Inexplorada 2024", que percorre a ilha no veículo polar "trenó de vento", encontrou montanhas que não apareciam nos mapas, de 1972, e que terão emergido após a diminuição da espessura do manto de gelo.
São várias as montanhas encontradas pelos exploradores no início da viagem pelo sul da Gronelândia, numa zona pouco explorada antes, mas que demonstra a alarmante diminuição da massa de gelo provocada pelo aquecimento global, realçou o explorador espanhol Ramón Larramendi, num vídeo divulgado nas redes sociais e citado pela agência Efe.
A expedição é liderada por Larramendi, criador do "trenó de vento" com o qual já fez diversas viagens, e pretende demonstrar as alterações na paisagem polar que já detectou nas viagens que fez na ilha em 2022 e 2023. Nesta edição, o espanhol pretende analisar em profundidade a orografia da região, localizar novos achados na cartografia e documentar as montanhas que emergem com o degelo.
É a primeira vez que veículos eléctricos autocarregáveis serão utilizados nesta expedição, um transporte sustentável com pegada zero de carbono.
Além de Larramendi, participam os groenlandeses Jens Jacob Simonsen, capitão explorador e responsável pela logística polar, e Joorut Knudsen, agricultor e explorador e especialista em condições glaciais. Participam ainda os espanhóis Miguel Ángel Vidal, guia de montanha e alpinista, e Juanma Sotillos, jornalista e montanhista.
A segunda expedição deste ano, com o nome "SOS Arctic Windsled 2024", está prevista para começar em meados de Maio e viajará com o "trenó de vento" 1500 quilómetros de sul a norte através do interior da Gronelândia, de Qaleralik a Upernavik. Realizará diversas investigações científicas que transportarão um laboratório móvel de investigação para áreas polares mais inacessíveis, segundo destacaram os responsáveis em comunicado.
Nesta segunda metade das expedições de 2024 a equipa será formada por cientistas e exploradores de diversas nacionalidades, entre estes o alpinista venezuelano Marcus Tobía, os italianos Roberto de Pieri (engenheiro especializado em energias renováveis) e Enrico Gianoli (guia da Groenlândia), o alpinista e cinegrafista espanhol Felipe Ruiz, e Bo Kleffel, responsável pela logística.
Além disso, fazem parte da expedição dois membros do povo Inuit do Ártico, o arqueólogo Aka Simonsen e o explorador Jens Jacob Simonsen, que ficará encarregado da logística polar.
As expedições de 2024 contam com o "trenó de vento" mais avançado já construído, com 20 metros de comprimento e três metros de largura, que transportará 3000 quilos de material e com inovações na condução, habitabilidade e resistência.