PJ detém ex-agente da PSP suspeito de liderar organização usada por rede de narcotráfico
Foram detidas sete pessoas indiciadas por associação criminosa e tráfico de estupefacientes. Ex-agente da PSP, conhecido por “Joca”, liderava organização criminosa usada por rede de tráfico de droga.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou nesta terça-feira uma operação em "larga escala" de combate ao tráfico de droga na zona do Porto para desmantelar duas organizações criminosas. Em comunicado, a PJ afirma que foram detidas sete pessoas indiciadas pela prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais e realizadas mais de 20 buscas domiciliárias e não domiciliárias.
"A investigação, que decorria há quase um ano, desmantelou uma das mais importantes redes de tráfico de estupefacientes do Norte do país, que abastecia as principais redes regionais de venda ilícita de estupefacientes. Entre os detidos estão os líderes de uma das mais importantes redes de distribuição de cocaína do Grande Porto, principal abastecedora do tráfico verificado em bairros, designadamente da Pasteleira, do Cerco, de Francos e de Ramalde", lê-se no comunicado.
No decurso da operação, foram apreendidos dez automóveis de gama alta, quatro embarcações de alta velocidade (lanchas rápidas), cerca de 50 mil euros em dinheiro, armas de fogo, munições e coletes balísticos.
A PJ desmantelou ainda uma outra estrutura criminosa organizada, com ramificações na América do Sul, que se encarregava da "importação, do transporte e da entrega das substâncias ilícitas". Este grupo, considerado "perigoso" e que seria conhecido pelos "métodos violentos e pelo uso de armas de fogo", será liderado pelo ex-agente da PSP, conhecido como "Joca". Este polícia reformado é primo de Bruno Pinto, conhecido como "Pidá", condenado no âmbito do processo Noite Branca. “Pidá” foi condenado em 2010 a 23 anos de prisão pelo homicídio qualificado de um segurança e por outras cinco tentativas de homicídio durante uma vaga de violência na noite do Porto em 2007.
O nome de "Joca" apareceu associado a este caso, já que terá sido este então agente da PSP que terá arranjado um colete antibala à primeira vítima mortal da onda de assassínios do Porto. Mais tarde, em Julho de 2015, o seu nome volta a aparecer envolvido no caso que se centrou na empresa de segurança SPDE, tendo sido detido na operação de buscas por posse ilegal de arma.
A investigação a este grupo que terá prestado serviço à rede de tráfico de droga que será a principal abastecedora dos bairros do Porto começou há perto de um ano, com uma captura no Brasil. Em causa está a "apreensão pela Polícia Federal do Brasil, no Porto de Santos, no Verão passado, de uma máquina agrícola que ocultava cerca de 43kg de cocaína, pronta a embarcar com destino ao Porto de Leixões", precisa a nota. A Judiciária explica que nesta operação foram visados tanto os envolvidos na operação de importação desta droga, como os traficantes que a terão encomendado.
Os sete detidos, refere ainda a PJ, vão ser presentes nesta quarta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação das medidas de coacção.
Notícia actualizada às 14h25 com informações do comunicado da PJ e corrigida às 17h