Ucrânia detém agentes ao serviço da Rússia que planeavam assassinar Zelensky

Plano delineado pelo FSB contemplava também, segundo Kiev, o assassinato de outros altos funcionários do aparelho de segurança da Ucrânia.

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Travado plano russo para assassinar Zelensky MARCIN OBARA / LUSA
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O Serviço de Segurança do Estado da Ucrânia (SBU) afirmou ter detido dois agentes russos, dentro do serviço de guarda do Estado ucraniano, que planeavam o assassinato do presidente Volodymyr Zelensky. Segundo a Reuters, o plano também contemplaria o assassinato de outros altos funcionários ucranianos.

"A contra-espionagem e os investigadores da SBU frustraram os planos do FSB (serviço de segurança da Rússia) para eliminar o presidente da Ucrânia e outros representantes da alta liderança militar e política", disse a SBU no seu canal de Telegram, esta terça-feira.

Os dois homens que pretendiam cometer o crime como um "presente" para Vladimir Putin eram coronéis da Guarda Nacional da Ucrânia, recrutados pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) para divulgar informações confidenciais a Moscovo, acrescentou ainda a SBU pelo mesmo canal.

A missão passaria por encontrar alguém próximo da guarda presidencial que tornasse Zelensky refém para que mais tarde o matasse, segundo o mesmo comunicado da SBU, sem esclarecer em que momento é que a alegada conspiração foi detida.

"O ataque terrorista, que era suposto ser uma prenda para Putin a propósito da sua tomada de posse, foi, de facto, um fracasso dos serviços especiais russos", disse o chefe da SBU, Vasyl Maliuk, citado pela sua agência no Telegram. O grupo de espionagem também teria planeado matar Maliuk e Kyrylo Budanov, o chefe da agência de informações militares.

O assassinato de Budanov estaria planeado para antes do domingo de Páscoa ortodoxo, a 5 de Maio. Os agentes tentaram informar o lado russo sobre o paradeiro de Budanov para que pudessem realizar ataques com mísseis e drones no local. Um dos homens detidos estava, segundo a Reuters, envolvido no transporte e armazenamento de drones e explosivos para a operação.

Moscovo ainda não se pronunciou sobre o sucedido. O mesmo aconteceu o mês passado, quando o Kremlin se recusou a comentar a detenção na Polónia de um homem acusado de colaborar com os serviços secretos russos aquando da preparação de uma outra tentativa de assassinato do Presidente ucraniano.

Apesar de Vladimir Putin afirmar não ter intenções de assassinar Zelensky, como disse numa entrevista a um programa de televisão israelita, o Presidente da Ucrânia alega que, desde o início da invasão, a Rússia já o tentou matar 10 vezes.