André Villas-Boas avisa administradores da SAD do FC Porto: “O clube não tem dois presidentes”
Antigos administradores recusam colocar lugares à disposição e atrasam tomada de posse da nova equipa de Villas-Boas. “Atrasar o inevitável é adiar a construção de um FC Porto mais forte”, apela.
A manhã foi de festa no Estádio do Dragão, mas André Villas-Boas não esqueceu o duro "braço de ferro" que trava com a direcção liderada por Pinto da Costa. O novo presidente luta pelo acesso em tempo útil aos dossiês fundamentais na vida do clube, mas tem encontrado resistência dos administradores da SAD – que recusam acelerar o processo. No discurso da tomada de posse, a escassos metros das pessoas visadas, André Villas-Boas deixou um derradeiro apelo, apelando para a necessidade de começar a assumir os destinos do clube.
“Não poderia deixar de terminar este discurso sem fazer um apelo ao bom senso da administração da SAD do FC Porto! A vossa renúncia jamais seria considerada um acto de fuga, mas sim, um acto nobre que vos elevaria”, reiterou André Villas-Boas.
Nos últimos dias, o ex-treinador teve várias reuniões com os administradores que cessam agora funções, na tentativa de cooptar José Pereira da Costa, futuro administrador financeiro da SAD, na estrutura dos "dragões". Nenhum dos responsáveis mostrou disponibilidade para colocar o lugar à disposição, mantendo Pereira da Costa fora de funções. André Villas-Boas viu-se ainda obrigado a desmentir um comunicado do clube, depois de os "dragões" terem anunciado a cooptação do antigo administrador da NOS, algo que não aconteceu.
“O clube não tem dois presidentes, tem um presidente eleito pela vontade expressa dos sócios numa mudança. Atrasar o inevitável é adiar a construção de um FC Porto mais forte de futuro e estou seguro de que é isso que vossas excelências desejam”, afirmou Villas-Boas.
Depois da tomada de posse do novo presidente, Pinto da Costa disse à SIC Notícias que não se demite porque quer estar no banco de suplentes na final da Taça. O FC Porto defronta o Sporting a 26 de Maio no Jamor.
"Só não me demito porque penso que é importante a minha presença no banco, no estádio em Oeiras. A partir da Taça, que espero ganhar, demito-me. Não estou agarrado ao lugar, mas sim a lutar para que conquistemos o troféu", afirmou Pinto da Costa.
Já Villas-Boas, questionado pelos jornalistas após a tomada de posse, adiantou que os portistas deviam olhar para os dois grandes rivais, Benfica e Sporting, clubes que permitem a transição de poder muito mais rapidamente.
"No caso de umas eleições destas, votadas historicamente e ditadas da forma que foram, devia existir um pouco mais de humildade por parte das pessoas. Aqui ninguém está para afectar o FC Porto, mas sim para elevá-lo e distingui-lo como maior clube português. Se as pessoas tivessem essa humildade já o estariam a fazer [a transição]", finalizou.