Lançamento do foguetão Starliner da Boeing, que ia levar astronautas para o espaço, adiado

Cerca de duas horas antes da hora prevista para o lançamento, na segunda-feira, a agência espacial norte-americana identificou uma anomalia numa válvula do foguetão Atlas V.

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Nave Starliner da Boeing ia para o espaço num foguetão Atlas V, da United Launch Alliance Steve Nesius / REUTERS
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O lançamento do foguetão Starliner da Boeing, que ia transportar pela primeira vez astronautas da NASA para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), foi adiado devido a um problema técnico.

Estava previsto que a cápsula fosse para o espaço num foguetão Atlas V, da United Launch Alliance, descolando de Cabo Canaveral às 22h34 de segunda-feira nos Estados Unidos (3h34 em Portugal), com os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams a bordo. Mas cerca de duas horas antes da hora prevista para o lançamento, na segunda-feira, a agência espacial norte-americana identificou uma anomalia numa válvula do foguetão Atlas V, anunciou o fabricante do foguetão, o grupo ULA.

“A prioridade da NASA é a segurança”, reagiu o director da agência espacial norte-americana, Bill Nelson. A descolagem terá lugar quando estiver tudo pronto, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

Uma nova tentativa de descolagem pode acontecer já esta terça-feira, ou na sexta-feira ou no sábado, mas ainda não foi anunciada qualquer nova data.

A Boeing está a apostar fortemente nesta última missão de teste, que deverá permitir juntar-se ao clube muito reduzido das naves espaciais que transportam astronautas.

O gigante aeroespacial tem de demonstrar que o veículo é seguro antes de poder iniciar missões regulares à ISS, com quatro anos de atraso em relação à SpaceX.

A cápsula Dragon da SpaceX juntou-se a esta lista em 2020, sucedendo aos lendários programas Mercury, Gemini, Apollo e aos vaivéns espaciais.

Após o fim do programa de vaivéns em 2011, os astronautas da NASA tiveram de viajar a bordo da nave espacial russa Soyuz. Para pôr fim a esta dependência, em 2014, a agência espacial norte-americana assinou contratos no valor de 4,2 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros) com a Boeing e de 2,6 mil milhões de dólares (2,42 mil milhões de euros) com a SpaceX para o desenvolvimento de novas naves espaciais.

Quando a Starliner estiver operacional, a NASA espera alternar entre voos da SpaceX e da Boeing para levar os astronautas para a ISS.

Após a desactivação da ISS em 2030, as duas naves vão poder ser utilizadas para transportar pessoas para futuras estações espaciais privadas, que várias empresas norte-americanas já estão a planear construir.