Frelimo com dificuldades para escolher o candidato “que tem grandes chances de ser Presidente”

Comité Central ainda não chegara a consenso na noite de sábado. Roque Silva, Damião José e Daniel Chapo, apresentados como pré-candidatos, não entusiasmaram. Aliados de Nyusi e Guebuza digladiam-se.

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Expositora na Escola da Frelimo durante a reunião da cúpula do partido no poder em Maputo LUÍSA NHANTUMBO / LUSA
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A escolha entre os três pré-candidatos da Frelimo à sucessão de Filipe Nyusi, como líder do partido, candidato à presidência e muito provavelmente próximo Presidente de Moçambique, está envolvida em guerras internas entre a ala do chefe de Estado e a ala mais próxima do seu antecessor no cargo, Armando Guebuza.

Se ao final do dia de sexta-feira saíram três nomes da reunião da Comissão Política do partido que governa o país desde a independência em 1975, a questão não ficou por aqui. Tanto que a reunião continuou para este sábado e chegada à noite ainda não havia consenso sobre os nomes.

Segundo a Lusa, a Comissão Política propôs como pré-candidatos à sucessão Roque Silva, Damião José e Daniel Chapo. Os dois primeiros são membros da comissão política e o último é o actual governador de Inhambane.

A proposta foi submetida ao Comité Central do partido, a quem cabe aprovar os nomes e que pode até acrescentar outros candidatos. Mas até à noite de sábado não havia ainda um consenso.

A meio da tarde, numa pausa dos trabalhos, o ministro da Agricultura, Celso Correia, falou aos jornalistas para tentar desvalorizar a demora. “Estamos num processo de escolher o candidato da Frelimo, que tem grandes chances de ser Presidente da República”, afirmou o ministro que também é membro do Comité Central do partido.

“É normal que os membros tenham este tempo de reflexão conjunta, porque vêm militantes de todo o país com várias sensibilidades. Faz parte da nossa história e da nossa génese ter este tipo de abordagens”, garantiu Celso Correia, citado pela Lusa.

“A história está escrita, todas as sucessões têm a sua história e levam o seu tempo. Tivemos tempos em que o [candidato a] Presidente foi escolhido em 15 dias. Desta vez está há dois, mas num ambiente de harmonia”, explicou.

Na sexta-feira à noite, no final da reunião do Comité Central, um dos seus históricos membros, Teodoro Waty, mostrava aos jornalistas que havia algum descontentamento em relação aos pré-candidatos: “Neste momento, é conveniente que mais nomes apareçam e quando forem apresentados mais nomes está claro que é mais democracia.”

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