O Douro é como uma senhora distinta que se deixou levar por maus caminhos
O Douro não pode ser uma senhora distinta na aparência e comportar-se como uma vulgar e oferecida (embora respeitável) prostituta.
Nuno Rogeiro aproveitou o seu programa Leste-Oeste, na SIC, para falar de uma outra guerra: a do vinho do Porto. Alguém lhe encomendou o sermão e o comentador fez-lhe a vontade, avançando com números e explicações próprias de quem está na praia errada, como dizer que, “quando o mosto começa a fermentar, o chamado generoso”. Ora, chama-se “generoso”, ou fortificado, ou vinho fino ao vinho já aguardentado. Mas tudo bem. Tirando alguns lapsos, desculpáveis, uma vez que o vinho do Porto é mesmo um mundo demasiado complexo, Nuno Rogeiro levantou uma questão importante, que os decisores do vinho do Porto gostam de manter debaixo do tapete: como é possível continuar a produzir um vinho com denominação de origem controlada, único no mundo, que leva na sua composição um quarto de vinho proveniente de Espanha ou de França em forma de aguardente?
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