Tita Maravilha vence 5.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II

Ao receber o Prémio, a artista diz procurar que a sua arte represente a liberdade e se torne um espaço de partilha, divertimento e encontro.

Foto
Filipe Ferreira

Foi no passado dia 24 de Abril que teve lugar, no São Luiz Teatro Municipal, a entrega do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II. Numa parceria entre estas duas instituições, esta é a distinção que se dirige aos jovens artistas de Teatro, até aos 30 anos, cuja carreira e trabalhos desenvolvidos se tenham destacado no ano anterior. Nesta 5.ª edição, foi altura de distinguir a autora, encenadora, performer, palhaça e programadora Tita Maravilha.

"Este é um Prémio que recebo de coração aberto”, palavras da vencedora, que acrescentou: “Sinto que alguns lugares por onde passei não estavam prontos para mim. Enquanto artista, ter de inventar oportunidades e ter de criar espaços a cada dia…faz de mim uma criadora de universos. Faço um pouco de tudo para sobreviver e essa é também uma das descobertas dentro do processo. Acho que a palavra importante aqui talvez seja oportunidade. Às vezes, tudo o que a gente precisa é de um empurrãozinho. Então, que os espaços se abram e que estejam confortáveis para que o trabalho seja feito com dignidade”.

Para Tita, a par com a felicidade que é receber este Prémio, fica o desejo de que a arte se transforme e o futuro possa ser risonho para todos: “Que a arte possa ser um espaço de alívio de traumas e de compartilhar, um espaço divertido, de encontro. Eu espero que a gente consiga reconstruir e buscar uma arte que seja transformadora e, às vezes, de dentro para fora e vice-versa. Que seja divertido, que seja prazeroso e que possa ser também um alívio dos nossos traumas. Sempre pensar uma arte que caminha para o futuro”.

Mário Coelho, actor e encenador, foi o vencedor da 2.ª edição. Este ano, assumiu um papel diferente, o de jurado. E se afirma que este papel traz consigo uma responsabilidade acrescida, também acredita que acabou por ser uma ferramenta para que, também ele, ficasse mais alerta. “Não é para prémios que os artistas trabalham, mas acho que estes são uma ideia de reconhecimento, de valorização. É sobre sentires que, de alguma forma, estão a ver o teu trabalho. Eu acho que é cada vez mais importante nós olharmos para os artistas e dizermos: eu vejo o que tu estás a fazer, eu apoio. É sobre nutrição, sobre apoio e, sobretudo, as portas que abre”.

Neste sentido, atribuir este reconhecimento a uma artista como Tita é, para o actor, um marco realmente importante: “Uma coisa que eu sinto que é muito bela na Tita, para além do lado multidisciplinar dela enquanto artista, é que transporta muitos outros artistas com ela. Fico muito feliz com a escolha deste ano. Há muita gente que obviamente merece este Prémio, mas acho verdadeiramente que a Tita é uma pessoa que se destaca, é uma artista do agora, que está a reescrever as mesmas histórias de sempre, e eu acho que isso são mais do que motivos para ser merecedora deste Prémio”.

O Prémio Revelação Ageas D. Maria II tem sido um dos exemplos da feliz parceria entre as duas instituições. Com o Teatro no centro de todas as decisões, as cinco edições falam por si e o sucesso tem sido mais do que garantido. "Esta é uma parceria que nos deixa muito orgulhosos: por um lado, reforça a nossa aposta e contributo para o desenvolvimento da cultura em Portugal; por outro, o teatro em especial é um agente transformador social e cultural, que nos transporta para reflexões importantes e que nos une na celebração da diversidade e da riqueza do ser humano. Encontrámos na equipa do Teatro Nacional D. Maria II a sintonia perfeita de valores e atitude, naquilo que é a base da nossa relação e na forma como olhamos para o futuro, em conjunto", sublinha Inês Simões, Directora de Comunicação Corporativa, Marca e Cultura Organizacional do Grupo Ageas Portugal.

Filipe Ferreira
Filipe Ferreira
Filipe Ferreira
Filipe Ferreira
Filipe Ferreira
Filipe Ferreira
Fotogaleria
Filipe Ferreira

Palavras que em muito se assemelham às de Rui Catarino, Presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II: “Este sinal que queremos dar, de apoio, destas duas instituições, à contemporaneidade e à diversidade que existe no panorama teatral português, é a mensagem que este Prémio também tenta passar. Galardoamos uma pessoa, mas nessa pessoa estamos, na realidade, a valorizar toda uma nova geração de criadores e criadoras que se querem afirmar, e que se têm afirmado, para a vitalidade do Teatro português”.

Distinção feita, foi altura de dar palco aos jovens artistas que deram corpo e voz ao espectáculo “Quis Saber Quem Sou - Um Concerto Teatral”, de Pedro Penim, integrado na Odisseia Nacional, uma viagem do Teatro Nacional D. Maria II através da qual, ao longo deste ano, é levada a sua programação a todo o país. Nos 50 anos da Revolução, e no 5.º deste Prémio, a liberdade foi cantada a plenos pulmões, os dos 13 actores em palco e os de toda a plateia presente.