1.º de Maio: Desfile em Lisboa chega à Alameda. No Porto, centenas nos Aliados

“1.º de Maio, aumentar salários e pensões, garantir direitos” e “Combater a exploração, Abril por um Portugal com futuro”, são os lemas que encabeçam uma marcha

1 DE MAIO NO PORTO
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Desfile do 1.º de Maio no Porto ADRIANO MIRANDA / PUBLICO
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Centenas de pessoas iniciaram esta quarta-feira cerca das 15h30 a subida da avenida Almirante Reis em direcção à Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, para assinalar o Dia do Trabalhador.

"1.º de Maio, aumentar salários e pensões, garantir direitos" e "Combater a exploração, Abril por um Portugal com futuro", são os lemas que encabeçam uma marcha que o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, quer que seja uma demonstração dos trabalhadores que de os valores de Abril estão bem presentes como há 50 anos.

Em declarações aos jornalistas, Tiago Oliveira, lembrou a manifestação da semana passada em Lisboa para assinalar os 50 anos da "grande conquista do 25 de Abril, que o 1.º de Maio confirmou".

Por isso, disse esperar também para hoje "um grande 1.º de Maio", também justificado pela "perspectiva de baixos salários" que contém o programa do novo governo da Aliança Democrática (AD).

"Com o governo a dificultar a vida aos trabalhadores", este vão demonstrar, com esta manifestação, que é possível uma vida melhor, acrescentou.

No Porto, as comemorações do 1.º de Maio tiveram lugar nos Aliados, onde se juntaram centenas numa manifestação por direitos laborais, mas também por outras causas, como a defesa da Palestina.

O Dia do Trabalhador é hoje comemorado em todo o país, com as centrais sindicais CGTP e UGT a promoverem manifestações e iniciativas pela valorização dos trabalhadores.

O secretário-geral da UGT, Mário Mourão, afirmou à Lusa, em Vila Real, que os sinais que chegam do governo da AD “não são muito animadores” e recusa a ideia de liberalização dos despedimentos.

Em declarações antes dos comícios que marcam a celebração pela central sindical das comemorações do Dia do Trabalhador em Vila Real, Mário Mourão considerou que as conversações em sede de concertação social devem começar no ponto onde pararam e “apontar ao futuro e não ao passado”.

“Está prevista uma reunião da Concertação Social para 7 [de Maio] e os sinais que temos recebido pelas declarações feitas pelos membros do governo não são muito animadores”, disse o líder da União Geral de Trabalhadores.

Mourão prosseguiu com perguntas que tocam o que considera serem os pontos essenciais no regresso às negociações: “faz hoje um ano que a Agenda do Trabalho Digno entrou em vigor. É para piorar ou para melhorar? Queremos fixar jovens com uma legislação que não dá condições de estabilidade aos trabalhadores? Como é que nós queremos fazer?”.

A recente admissão pelo governo de “que o problema da precariedade se resolve com a flexibilização dos despedimentos”, não é, sequer cenário para o dirigente sindical.

“Provavelmente resolve-se. Os precários vão para o desemprego e deixam de ser precários. Esta não é a solução de que a UGT comunga. Temos aqui uma grande divergência sobre a forma como se combate a precariedade em Portugal”, enfatizou Mário Mourão.

O 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, teve origem nos acontecimentos de Chicago de há 137 anos, quando se realizou uma jornada de luta pela redução do horário de trabalho para as oito horas, que foi reprimida com violência pelas autoridades dos Estados Unidos da América, que mataram dezenas de trabalhadores e condenaram à forca quatro dirigentes sindicais.

Há 50 anos, em Portugal, a celebração do 1.º de Maio, apenas uma semana após a revolução do 25 de Abril, foi uma grande manifestação popular.

Por todo o país, centenas de milhares de pessoas saíram à rua mostrando a sua alegria e com exigências como 'direito à greve', 'fim da guerra já' ou 'regresso dos soldados', segundo as fotografias da época.

Em Lisboa, estima-se que tenham estado 500 mil pessoas na manifestação do Dia do Trabalhador de 1974.