Piny queria dançar uma dança mais poética, mas o mundo não a deixou

ONYX, a nova criação desta coreógrafa e bailarina, era para ter sido mais “metafórica”. Mas os corpos de Piny e André Cabral, ambos queer e afrodescendentes, “trazem muita luta”.

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André Cabral e Piny partem de entrevistas feitas às suas mães para construir um espectáculo entre a ancestralidade e o clubbing DR
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Na criação que Piny estreia esta quarta-feira no Palácio do Bolhão, no Porto, na segunda e última semana do Festival DDD — Dias da Dança, a coreógrafa e bailarina explora as raízes e o legado familiar de “duas pessoas queer e racializadas”: ela própria e André Cabral, com quem a artista nascida Anaísa Lopes partilha um percurso que, tal como ela, vem da dança hip-hop. A partir de entrevistas feitas às mães de ambos os performers — duas mulheres que se mudaram do continente africano para Portugal numa altura em que o 25 de Abril de 1974 se aproximava a passos largos ou acabara de acontecer —, tentam entender o que podem mudar para “cumprir o que os ancestrais não conseguiram”. A questão da ancestralidade é pois a base de ONYX, um espectáculo que simplesmente não é capaz de não comportar uma grande dose de “raiva”.

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