EUA acusam militares israelitas de crimes na Cisjordânia, mas mantêm apoios

Estados Unidos concluíram que batalhões israelitas foram responsáveis por violações de direitos humanos na Cisjordânia, mas que as “remediaram” com “medidas correctivas”.

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Soldados israelitas na Cisjordânia ocupada ALAA BADARNEH
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Os Estados Unidos concluíram que cinco unidades do Exército israelita cometeram "graves violações de direitos humanos" contra palestinianos na Cisjordânia, ainda antes da escalada de violência que se seguiu ao ataque do Hamas a 7 de Outubro. Contudo, os EUA não limitaram o apoio militar às mesmas unidades.

“Após um processo cuidadoso, concluímos que cinco batalhões israelitas foram responsáveis por incidentes que constituíram graves violações dos direitos humanos”, explicou esta segunda-feira o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, esclarecendo que os casos ocorreram antes do ataque de Outubro e fora da Faixa de Gaza.

Quatro destas unidades tomaram “medidas correctivas”, de modo a contornar a lei norte-americana que proíbe a assistência militar a forças estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos, e não enfrentaram qualquer processo judicial.

Segundo o porta-voz, as quatro unidades “remediaram eficazmente tais violações, como se espera que os parceiros façam", cumprindo assim o memorando de segurança nacional dos Estados Unidos, que estabelece que as armas norte-americanas devem ser utilizadas sem violar o direito humanitário internacional.

Em relação ao quinto batalhão, continuou Patel, Washington continua em diálogo com o Governo de Benjamin Netanyahu para determinar se as "medidas correctivas" foram suficientes e para as rever antes de “uma decisão final”.

Segundo a imprensa norte-americana, a Administração Biden está a considerar a possibilidade de sancionar o batalhão Netzach Yehuda, formado por soldados ultra-ortodoxos, por alegadas violações dos direitos humanos na Cisjordânia.

Citando fontes internas, a CNN Internacional revelou esta segunda-feira que não é unânime dentro do Departamento de Estado que Israel esteja a utilizar as armas fornecidas pelos Estados Unidos de acordo com a lei internacional e norte-americana.

Só desde 7 de Outubro, já foram mortos quase 500 palestinianos na Cisjordânia ocupada e mais de 4800 ficaram feridos, a grande maioria sob fogo do Exército israelita. Em Gaza, epicentro da mais recente crise do conflito israelo-árabe, o número de palestinianos mortos no mesmo período aproxima-se dos 35 mil.

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