Presidente do BPI pede “fortíssimo programa de construção de novas casas”

Papel do Estado passa pela “definição de regras e assegurar serviços públicos”, o resto fazem as empresas e a banca, assegura Pedro Oliveira e Costa.

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Presidente executivo do BPI, Pedro Oliveira e Costa, aponta soluções para aumento de oferta de casas a preços mais baixos MANUEL DE ALMEIDA / LUSA
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O presidente executivo (CEO) do Banco BPI, Pedro Oliveira e Costa, defende que "não é com subsídios que se resolve o problema da falta de habitação, é com maior oferta de casas", desafiando o Governo “a dar o pontapé de saída” para “um fortíssimo programa de construção de novas casas”.

A defesa da criação desse “fortíssimo programa de construção” foi feita durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados trimestrais da instituição, precisamente quando foi desafiado a comentar a oportunidade da proposta do Governo de criação de uma garantia pública para permitir aos jovens adquirir casas a crédito.

Sobre essa proposta do Governo da AD, Pedro Oliveira e Costa disse ainda não visto “nada em concreto”, mas considerou que “não terá muito impacto na contratação de novos créditos”, porque o “problema está nos detalhes [condições de acesso à medida], e está na falta de casas mais baratas. "Estamos a conceder muito crédito, mas é para casas mais caras, referiu.

A proposta do CEO BPI não passa pela construção de casas directamente pelo Estado, cabendo a este a tarefa "de dar a direcção", ou seja, “de criar as condições” para que elas surjam, nomeadamente através de regras e áreas onde poderão ser construídas, bem como “na garantia de serviços públicos”. O resto seria garantido por empresas de construção nacionais ou até estrangeiras, e com financiamento bancário, assegura o gestor, acrescentando que só vê vantagens nesse plano, nomeadamente “mais emprego, maior crescimento económico”, e ainda “habitação condigna e sustentável”.

O líder do BPI salvaguarda que “os bancos não terão um interesse especial” na construção de mais habitação, contrapondo que a maior vantagem virá "da garantia de casa para todos". O responsável fala mesmo na criação “de novas cidades mais sustentáveis, mais agradáveis para se viver”.

Sobre o risco de excessiva exposição do sector bancário às empresas de construção, como aconteceu no passado, com consequências graves para as instituições e para o país, Pedro Oliveira e Costa garante que "com as regras actuais não haverá problemas". Lembrou ainda que o BPI não teve esse tipo de problemas, e que os casos mais graves aconteceram quando as construtoras também eram accionistas dos bancos onde obtiveram crédito.

Ao contrário de outros países, o mercado de arrendamento “não funciona em Portugal”, refere Pedro Oliveira e Costa, acrescentando que a melhor prova disso reside no facto de 70% dos portugueses residirem em casa própria​. Aos que dizem que "há casas a mais, mas estão fechadas", com os que dizem que faltam 100 mil casas.

Considera, contudo, que tendo em conta o preço elevado das casas existentes, a solução teria de passar pela oferta de casas mais baratas, que os jovens pudessem comprar. Para isso lembra que “há novas formas de construção, como já se está a fazer noutros países, e que até são mais seguras", de que é exemplo a construção modular.

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