Mestrado em Bioarqueologia na Universidade de Évora pioneiro na Península Ibérica

O período de inscrições no novo mestrado decorre entre 14 de Maio e 21 de Junho deste ano, para começar a ser ministrado no ano lectivo 2024-2025.

Foto
Pólo pertencente à Universidade de Évora, com a Sé à esquerda pedro cunha/Arquivo
Ouça este artigo
00:00
02:24

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Universidade de Évora anunciou esta segunda-feira que vai disponibilizar no próximo ano lectivo um mestrado em Bioarqueologia, “único na Península Ibérica”, que combina a arqueologia com “a precisão das ciências biológicas e exactas”.

A nova formação “apresenta uma expressiva componente prática que permite aos estudantes uma maior interacção com processos de aprendizagem reais, abrangendo todas as situações enfrentadas pelos profissionais em arqueologia no âmbito do trabalho de campo que realizam”, destacou a coordenadora do mestrado, Teresa Fernandes, citada em comunicado da Universidade de Évora.

Este mestrado em Bioarqueologia “é único na Península Ibérica e apresenta um carácter transdisciplinar, ao combinar a arqueologia com a precisão das ciências biológicas e exactas”, salienta ainda o comunicado.

A formação, que foi recentemente acreditada por seis anos pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), vai começar a ser ministrada no ano lectivo 2024-2025. O período de inscrições decorre entre 14 de Maio e 21 de Junho, indicou fonte da universidade alentejana à agência Lusa.

Segundo Teresa Fernandes, professora do Departamento de Biologia da Universidade de Évora, a leccionação, em campo experimental, de metodologias de escavação em necrópoles visa atender a uma das condições impostas pela instituição que tutela as intervenções arqueológicas (Património Cultural, I.P.) para o reconhecimento da idoneidade científica na direcção de escavações antropológicas”.

O mestrado foi “concebido para acrescentar valor à análise osteológica tradicional, explorando materiais biológicos, como parasitas e diversos microrganismos”, indicou ainda. “A utilização de métodos químicos analíticos avançados para revelar detalhes sobre a dieta de populações antigas, a sua relação com a saúde ou com a mobilidade é apenas umas das possibilidades ao dispor dos alunos”, acrescentou a coordenadora do mestrado.

Os estudantes terão também contacto com técnicas de geofísica, como a resistibilidade eléctrica, radar de penetração no solo ou magnetometria para caracterização do espaço sepulcral. Graças a técnicas de análise espacial também “será possível mapear e compreender melhor os sítios arqueológicos”, acrescentou a directora do mestrado.

Teresa Fernandes recordou que o Laboratório de Antropologia Biológica da universidade dispõe de dezenas de colecções osteológicas humanas que oferecem “oportunidades únicas para desenvolver investigação original sobre a complexidade humana, as suas formas e hábitos de vida e a reconstituição de padrões de saúde e doença do passado”.