Rebentamento de barragem faz pelo menos 42 mortos no Quénia
O acidente desta madrugada fez subir para 140 o número de vítimas mortais resultantes das chuvas torrenciais e das inundações registadas desde o mês passado.
Pelo menos 42 pessoas morreram em inundações na zona de Mai Mahiu, no centro do Quénia, depois de uma barragem ter rebentado na madrugada desta segunda-feira. O número de mortos poderá aumentar, segundo a polícia.
Imagens publicadas nas contas X dos meios de comunicação quenianos, da Cruz Vermelha do Quénia e das autoridades rodoviárias mostraram cenas do rescaldo das inundações, com árvores partidas e pelo menos um carro preso entre troncos e lama.
"Até ao momento, recuperámos 42 corpos, incluindo os de 17 menores, após o incidente ocorrido esta madrugada em que uma barragem rebentou na área de Kijabe e as operações de resgate e busca estão em curso", disse o comandante da polícia de Naivasha, Stephen Kirui, aos repórteres no local.
Na segunda-feira, a Cruz Vermelha do Quénia disse que tinha levado várias pessoas para um centro de saúde em Mai Mahiu. As últimas mortes elevam para mais de 140 o número de vítimas das chuvas torrenciais e das inundações registadas desde o mês passado. Excluindo o incidente de Mai Mahiu, os números do governo mostram que 103 pessoas foram mortas e mais de 185.000 foram deslocadas até segunda-feira. A Cruz Vermelha do Quénia declarou que o seu pessoal tinha recuperado dois corpos depois de um barco se ter virado, no domingo, no rio Tana, no condado de Garissa, no leste do Quénia. Vinte e três pessoas foram resgatadas do mesmo incidente.
Vários países afectados
Dezenas de pessoas foram mortas e centenas de milhares foram deslocadas devido a chuvas intensas noutros países da África Oriental, incluindo a Tanzânia e o Burundi. As inundações causaram danos generalizados nas infra-estruturas, tais como estradas e pontes. Uma passagem subterrânea no aeroporto internacional da capital, Nairobi, ficou inundada, mas os voos decorreram normalmente, informou a Autoridade dos Aeroportos do Quénia no domingo.
As barragens hidroeléctricas estavam cheias até à capacidade máxima, o que poderia levar a um transbordamento maciço a jusante, disse um porta-voz do governo.
A África Oriental também foi atingida por inundações recorde durante a última estação chuvosa, no final de 2023. Os cientistas afirmam que as alterações climáticas estão a provocar fenómenos meteorológicos extremos mais intensos e frequentes.
O Ministério da Educação do Quénia adiou na segunda-feira o início de um novo período escolar por uma semana. "Os efeitos devastadores das chuvas nalgumas escolas são tão graves que será imprudente arriscar a vida dos alunos e do pessoal", declarou em comunicado.