“As democracias são frágeis, mas é isso que as torna grandes”

A filósofa Myriam Revault d’Allonnes tem tentado colocar o seu pensamento ao serviço das grandes questões de agora. Esteve em Lisboa e falou da Revolução dos Cravos como um momento de excepção.

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Nuno Ferreira Santos
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Myriam Revault d’Allonnes gosta de relacionar problemas actuais, desafiantes não apenas para filósofos políticos como ela, mas que interessam a todos os cidadãos. A este propósito, gosta de dizer que a sua forma de os analisar é a partir de dentro, indo um pouco contra a tradição filosófica. Tentando fugir à mediatização, interessa-se pela profunda transformação de temas já abordados por essa mesma tradição filosófica, mas que sofreram grandes alterações. Pensar conceitos como a verdade, a lucidez, a democracia requer, segundo essa perspectiva, pensar fenómenos como o da pós-verdade ou das fake-news ou a proliferação de mentiras. É isso que faz no livro A Verdade é Frágil (edições 70, 2020), obra que integra a vasta produção desta francesa, natural do vale do Loire, onde nasceu em 1942.

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