Irão condena à morte rapper preso por músicas de protesto

As publicações online e a música de Toomaj Salehi criticavam ferozmente a liderança islâmica do Irão e o rapper é um forte apoiante da rebelião, maioritariamente liderada por mulheres e jovens.

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Um proeminente músico iraniano de hip-hop foi detido pelas letras de protesto e publicações nas redes sociais e condenado à morte por um tribunal iraniano, noticiou o jornal reformista Shargh. Numa decisão sem precedentes, o tribunal de Isfahan anulou a decisão do Supremo Tribunal e manteve o veredicto original e a pena máxima.

Toomaj Salehi foi detido em Outubro de 2022 durante os protestos nacionais que foram provocados pela morte de Mahsa Amini, uma mulher curdo-iraniana de 22 anos que tinha sido detida pela chamada polícia da moralidade por alegadamente violar códigos de vestuário islâmicos rigorosos. Foi libertado e novamente detido depois de ter aparecido num vídeo onde revelou ter sido torturado e deixado na solitária durante 252 dias após a detenção em Outubro de 2022, afirmaram os peritos da ONU num comunicado publicado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Salehi, 32 anos, vai recorrer da sentença, noticiou o Shargh, que cita o advogado Amir Raisian.

As publicações online e a música de Salehi criticavam ferozmente a liderança islâmica do Irão e o rapper é um forte apoiante da rebelião, maioritariamente liderada por mulheres e jovens.

A detenção foi fortemente criticada pelo Governo dos EUA, bem como por vários grupos de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional.

Salehi foi inicialmente condenado em Julho de 2023 a mais de seis anos de prisão e acusado de “corrupção na Terra”, um crime que implica a pena de morte ao abrigo das leis islâmicas do Irão. Foi libertado em Novembro de 2023 por duas semanas antes de ser novamente detido sob novas acusações.

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