PSOE mobiliza-se no apoio a Pedro Sánchez com manifestação em Madrid

Figuras socialistas apelam à mobilização dos militantes este sábado, por ocasião do Comité Federal do partido, originalmente destinado às Europeias.

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Pedro Sanchez mantém-se em silêncio até segunda feira, dia 26, dia em que anunciará a sua decisão VIOLETA SANTOS MOURA / REUTERS
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O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) cerrou fileiras à volta de Pedro Sánchez, após este ter aberto a possibilidade de abandonar a liderança do governo espanhol numa carta divulgada na quarta-feira, na sequência de um processo instaurado à sua mulher, Begoña Gomez, por alegado tráfico de influências e corrupção. Os socialistas espanhóis decidiram converter o Comité Federal do partido, originalmente convocado para aprovação das listas para as eleições europeias, numa manifestação nacional de apoio a Sánchez, este sábado, na sede nacional do Partido na Calle Ferraz, em Madrid.

A agência de notícias espanhola Europa Press noticia que o PSOE pretende uma “mobilização massiva” e destaca o facto de as federações do partido nas várias regiões terem disponibilizado autocarros gratuitos para os seus militantes estarem presentes na manifestação à porta da sede do partido.

Duas das principais figuras do Partido lideram o repto de apoio a Pedro Sánchez, o antigo presidente do Governo, José Luis Zapatero, e a vice-presidente do actual Governo, Maria Jesus Montero.

Zapatero, entrevistado na quinta-feira pela estação de rádio espanhola Cadena SER, pediu aos “simpatizantes” que se “mobilizem a favor da democracia, do respeito, da justiça e da tarefa de Pedro Sánchez”, sublinhando que este caso é “muito parecido” ao que ocorreu em Portugal com António Costa.

“Houve um processo do Ministério Público que parece que não deu em nada, houve eleições e ganhou a direita. Não vai acontecer aqui. Não pode acontecer aqui”, afirmou o antigo líder do PSOE.

Segundo a Europa Press, Maria Jesús Montero disse que não está a planear assumir o cargo caso Sánchez se demita, afirmando que está “absolutamente concentrada” em “ajudar o presidente para que tenha o ânimo suficiente para poder continuar”.

Entre senadores, líderes locais e presidentes das federações regionais socialistas, várias figuras do partido demonstraram o seu apoio a Sánchez. Salvador Illa, líder do Partido Socialista Catalão (federação regional do PSOE) fez um “chamamento para levantar uma resistência colectiva”. O presidente da região de Castela-La Mancha, Emiliano García-Page, referido pelo jornal El País como “o barão de longe mais crítico de Sánchez”, afastou qualquer estratégia política, vendo somente “uma reacção humana”.

Da parte dos parceiros de governo do Sumar, a líder Yolanda Díaz reuniu-se esta sexta-feira com os ministros da sua plataforma, bem como os porta-vozes dos partidos que a compõem para discutir a situação do Governo depois da carta de Pedro Sánchez.

Segundo fontes citadas pelo InfoLibre, o Sumar pretende a continuação do actual Governo, justificada com a “necessidade de defender a democracia e de seguir avançando com uma agenda social ambiciosa”.

Do lado da oposição, o presidente da câmara de Madrid, José Luís Martínez-Almeida, do PP, criticou fortemente a mobilização do PSOE na capital espanhola, chamando-lhes de “romaria”.

“Parece-me um espectáculo um pouco ridículo alugar autocarros para vir a uma manifestação em Madrid, tentar colectivizar sentimentos e fazer manifestações de adesão inabalável ao querido líder”, afirmou numa declaração aos jornalistas.

Texto editado por Paulo Narigão Reis

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