Casos de sarampo sobem para 23 em Portugal

Direcção-Geral da Saúde está a investigar mais seis casos suspeitos de sarampo.

Foto
Os atrasos no esquema vacinal deixam as crianças de 13 meses mais expostas ao sarampo Manuel Roberto (arquivo)
Ouça este artigo
00:00
02:17

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O número de casos de sarampo subiu para 23 em Portugal, havendo ainda seis casos em investigação, segundo um balanço da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Em relação à semana passada, foram confirmados três novos casos de sarampo, dois na Região de Lisboa e Vale do Tejo e um na Região Norte, adianta o boletim epidemiológico que dá conta da actividade epidémica do Sarampo em Portugal 2024.

De um total de 169 casos suspeitos notificados entre 1 de Janeiro e 21 de Abril deste ano, 140 foram descartados. A maioria dos casos registou-se em Lisboa e Vale do Tejo, onde se confirmaram 14 casos, seguida do Norte, com sete, e da região Centro e da região autónoma da Madeira, ambas com um caso.

Segundo a autoridade de saúde, quatro doentes necessitaram de internamento, não tendo sido registado qualquer óbito.

O primeiro dos casos confirmados foi o de um bebé de 20 meses não residente em Portugal e não vacinado.

A DGS alerta para a importância da vacinação contra o sarampo de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, que recomenda duas doses para crianças e adultos nascidos após 1970.

Segundo o Relatório Síntese Anual da Vacinação 2024 da Direcção-Geral da Saúde, divulgado na terça-feira, a vacinação contra o sarampo cumpriu e ultrapassou a meta nacional e internacional dos 95%, "reforçando a protecção com o objectivo de evitar ou limitar surtos". Aquele relatório alerta, porém, que "a vacinação recomendada aos dois meses de idade é cumprida, mas existe uma franja de 17% a 19% de crianças que se mantêm susceptíveis ao sarampo e doença meningocócica C, aos 13 meses de idade".

Para a DGS, de resto, a "meta dos 95% é crítica para o sarampo, por ser altamente transmissível e por estas crianças frequentarem estabelecimentos pré-escolares, facilitadores da sua transmissão", defendendo, por isso, que este é "um indicador a melhorar", por exemplo através da sensibilização dos pais ou tutores legais dos menores para o cumprimento da vacinação recomendada aos 12 meses.

No âmbito da actividade de vigilância epidemiológica do sarampo, a DGS salienta a importância da notificação imediata de casos suspeitos na plataforma informática de suporte ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), em concordância com o enquadramento legal vigente, garantindo a intervenção atempada na redução de cadeias de transmissão.