Eurodeputado da AfD mantém candidatura apesar de assessor suspeito de espionagem

O assessor Jian Guo do eurodeputado e cabeça de lista às europeias deste ano pelo partido foi detido nesta segunda-feira por suspeitas de espiar para a China.

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Maximilian Krah falou hoje aos jornalistas depois de se reunir com a liderança da AfD Fabrizio Bensch / REUTERS
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O eurodeputado Maximilian Krah, cujo assessor Jian Guo foi detido nesta segunda-feira por alegadamente ter espiado para a China, afirmou que se manteria como o candidato presidencial do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições europeias de Junho deste ano.

Krah foi chamado, esta manhã, para uma reunião de emergência com a liderança do partido de extrema-direita alemão, em Berlim.

Citado pela estação de televisão alemã ZDF, o eurodeputado prometeu aos jornalistas presentes que se manteria como cabeça de lista.

“Se acreditam que este é o fim da minha candidatura, então terei de vos desiludir. Sou e continuarei a ser o candidato principal”, afirmou Krah aos jornalistas presentes, acrescentando que a acusação feita era “muito grave” e que pretendia esclarecer as acusações feitas ao seu assistente e “reconstruir tudo” em que o assessor trabalhou.

No entanto, segundo o jornal alemão Frankfurter Allgemeine, mesmo que a liderança da AfD tentasse forçar a retirada da candidatura do eurodeputado, este manter-se-ia sempre como cabeça de lista, pois todos os prazos para a apresentação e revisão das listas eleitorais tinham acabado no passado dia 18 de Abril, afastando quaisquer possíveis alterações.

Jian Guo é suspeito de ter transmitido informações sobre trabalhos do Parlamento Europeu e de ter espiado dissidentes chineses em território alemão, uma acusação que a ministra do Interior da Alemanha considerou, nesta terça-feira, ser "extremamente séria".

Apesar de afastar qualquer transgressão pessoal, o cabeça de lista anunciou ainda que não estaria presente no lançamento da campanha do partido em Donaueschingen, cidade no estado do sul do país de Baden-Württemberg.

"Naturalmente, a campanha eleitoral está agora a ser terrivelmente ensombrada por este assunto. Isso significa que, infelizmente, as pessoas estão agora a falar da China em vez da Europa", justificou assim Krah, citado pelo Frankfurter Allgemeine, não estar no lançamento da campanha em que será o principal destaque.​

Texto editado por Ivo Neto

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