Com Gonçalo Sena, a escutar o tempo da matéria

Na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, encontramos esculturas feitas de água, cimento, som, folhas ou areia. À volta das quais podemos caminhar – ou só contemplar.

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GUILLAUME VIEIRA
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Não é a primeira vez que Gonçalo Sena (Lisboa, 1984) faz uma instalação com água. Também já apresentou, noutra ocasião, uma fonte-escultura, mas, podemos dizer, sem risco de exagerar, que em Língua de Areia, a sua primeira exposição individual na Galeria Filomena Soares (até 11 de Maio), em Lisboa, esses elementos surgem com outro escopo, outro espaço. A água, a presença precária da escultura, os materiais, nobres, pobres e frágeis, dão-se à nossa espera, ao nosso encontro com outra respiração, mais lenta, mais estendida. Podemos olhá-los, passeando à sua volta. Ou escolher contemplá-los, enquanto descansamos nos bancos que o artista concebeu. Sim, também os bancos são esculturas.

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