Há mais de 230 anos, um naturalista sueco descreveu uma variedade de cucos cujas fêmeas apresentavam cores distintas entre si – ou eram cinzentas, como os machos, ou arruivadas. A essas fêmeas arruivadas o naturalista Anders Sparrman, discípulo de Carlos Lineu, deu a designação de fêmeas “hepáticas” em 1788 e, sendo tão diferentes dos habituais cucos cinzentos, até considerou que os cucos onde elas apareciam eram uma espécie nova – a Cuculus hepaticus. O mistério foi-se adensando ao longo dos tempos quando os naturalistas perceberam que os cucos hepáticos eram apenas uma variedade colorida do cuco-canoro europeu; e depois complicou-se ainda mais quando descobriram outras espécies de cucos com a mesma variação de cor restrita às fêmeas. O mistério chegou agora ao fim.
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