Mário Soares homenageado em Paris. Amava a vida e amava a liberdade

Edgar Morin lembrou que Soares sabia que “onde não há liberdade, não há pão”. Isabel Soares recordou as prisões, a deportação. Christophe Araújo alertou para “a banalização do passado ditatorial”.

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Chegada a Lisboa a 28 de Abril de 1974, no comboio sud-expresso, depois do exílio em Paris Alfredo Cunha
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A mensagem mais forte e comovente talvez tenha sido aquela que Edgar Morin enviou. O velho sociólogo, incontornável figura da vida intelectual francesa, ficou retido na sua casa nos arredores de Paris. Tinha dito aos organizadores que só não estaria presente se estivesse morto ou muito doente. Continua vivo, com os seus 103 anos. “Quero prestar uma grande homenagem a Mário Soares e, antes de tudo, ao exilado e ao combatente pela liberdade, que encontrei em Paris. E também o heróico salvador da liberdade e o actor principal da democracia em Portugal, ameaçada, depois dos cravos, de se transformar numa democracia popular.” Quando a Revolução dos Cravos esteve à beira de ser apropriada pelas forças pró-soviéticas, Morin escreveu um texto no L’ Observateur “para expressar todo o apoio a Mário Soares, criticando aqueles que diziam que o pão se sobrepõe à liberdade, quando, sempre que não há liberdade, não há pão”.

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