Subidas dos preços das casas desaceleraram nos municípios mais populosos no quarto trimestre

Os preços medianos da habitação subiram 7,9% no quarto trimestre de 2023 face ao mesmo período de 2022, mas houve algum abrandamento em 18 dos 24 municípios com mais de cem mil habitantes.

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Preço mediano das casas atingiu 1619 euros por metro quadrado no quarto trimestre de 2023 Rui Gaudêncio
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Os preços das casas em Portugal voltaram a subir no final do ano passado, embora tenha havido alguma desaceleração face ao trimestre anterior na maioria dos municípios mais populosos do país.

Segundo as estatísticas de preços da habitação ao nível local, divulgadas nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no último trimestre de 2023, o preço mediano das casas subiu 7,9% face ao trimestre homólogo de 2022, e atingiu 1619 euros por metro quadrado (em comparação com os 1500 euros do quarto trimestre do ano antecedente). Registou, contudo, uma taxa de variação homóloga anual menor do que os 10% do terceiro trimestre.

Em cadeia, trata-se de uma descida de 1,3% face ao preço mediano do terceiro trimestre de 2023 (1641 euros por metro quadrado) e uma inversão da tendência de crescimento “que se verificava desde o quarto trimestre de 2022”, assinala o INE.

“O preço mediano da habitação aumentou, em relação ao período homólogo de 2022, em 23 das 26 sub-regiões NUTS III, destacando-se o Oeste com o maior crescimento (16,7%)”, para 1530 euros por metro quadrado.

Das 26 regiões analisadas pelo INE, a sub-região Douro registou a maior diminuição homóloga de preços medianos, de 15%, para 521 euros por metro quadrado. Tal como em trimestres anteriores, o Alto Alentejo registou o menor preço mediano de venda (520 euros por metro quadrado), enquanto a Grande Lisboa ocupou o topo: 2728 euros por metro quadrado.

Todos os municípios com mais de cem mil habitantes da Grande Lisboa, península de Setúbal e Área Metropolitana do Porto, com excepção de Santa Maria da Feira e Gondomar, registaram preços medianos de habitação superiores ao valor nacional (1619 euros/m2) no quarto trimestre.

Nestes destacam-se Cascais (4176 euros/m2), Lisboa (4086 euros/m2) e Oeiras (3096 euros/m2). O preço mediano no município do Porto foi de 2833 euros por metro quadrado. Deste conjunto de 17 municípios, oito apresentaram taxas de variação homólogas superiores à taxa de variação nacional (7,9%), destacando-se, com taxas superiores a 10%, Cascais (15,0%), Vila Nova de Gaia (13,5%), Maia (13,3%), Matosinhos e Seixal (ambos com 11,7%). Oeiras foi o único município onde o preço mediano da habitação caiu face ao trimestre homólogo (menos 2,8%).

Ainda assim, o INE destaca que os preços das casas desaceleraram em termos trimestrais em 18 dos 24 municípios com mais de cem mil habitantes, incluindo os nove municípios que integram a Grande Lisboa (Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira).

Do terceiro para o quarto trimestre, a taxa de variação homóloga aumentou em seis dos municípios mais populosos, registando-se as maiores variações na Maia (mais 7,8 pontos percentuais) e Vila Nova de Famalicão (mais 6,5 p.p.). Em sentido oposto, os preços no município do Porto caíram 11,9 p.p. e em Lisboa, 5,7 p.p. A maior descida a nível nacional entre os municípios mais populosos verificou-se no Funchal (19,6 p.p.).

Considerando os preços das vendas realizadas nos 12 meses entre Janeiro e Dezembro de 2023, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal atingiu 1611 euros/m2, o que traduz um aumento de 2% relativamente ao ano acabado no trimestre anterior e 8,6% relativamente ao ano acabado no trimestre homólogo.

O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa (2740 euros/m2), Algarve (2613 euros/m2), península de Setúbal (1901 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (1889 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (1800 euros/m2).

No total, no período de doze meses, 50 municípios apresentaram preços medianos superiores ao valor nacional. Foi o que sucedeu nos nove municípios da Grande Lisboa, em 14 dos 16 municípios algarvios, em oito dos nove municípios da península de Setúbal e em sete dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto.

Lisboa continua a ter os preços mais altos (4167 euros/m2) e verificaram-se valores superiores a três mil euros por metro quadrado em Cascais (3976 euros/m2), Loulé (3269 euros/m2), Lagos (3182 euros/m2), Vila do Bispo (3162 euros/m2) e Oeiras (3158 euros/m2).

O INE assinala que no Algarve e Grande Lisboa verificam-se diferenciais de preços entre municípios que chegam a ser superiores a dois mil euros por metro quadrado.

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