PSD-Madeira tem sido “o farol” da resistência e sucesso, diz Miguel Albuquerque
Albuquerque foi constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira e envolve ainda dois empresários ligados à construção civil e o social-democrata Pedro Calado.
O presidente reeleito do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, considerou este domingo que esta região autónoma foi ao longo de 48 anos "o farol da resistência e paradigma do sucesso" das políticas públicas.
"Quando a luz da social-democracia se apaga no continente, o farol da social-democracia continua aqui a iluminar os bons caminhos em prol "das rés" publica e ao serviço do povo", disse o líder madeirense na sessão de encerramento do 19.º Congresso Regional do PSD-Madeira, que decorreu este fim-de-semana, no Funchal, subordinado ao tema "Progresso e Autonomia".
Miguel Albuquerque começou a sua intervenção endereçando um "grande abraço de amizade e solidariedade ao Pedro Calado", que renunciou ao cargo de presidente da Câmara Municipal do Funchal depois de ter sido detido, em Janeiro, no âmbito de uma investigação judicial relacionada com indícios de corrupção.
O ex-autarca e dois empresários da construção civil foram libertados 21 dias depois por decisão do juiz de instrução criminal, o qual considerou não se verificarem indícios dos crimes.
Albuquerque, que se recandidata à presidência do Governo Regional nas eleições legislativas regionais antecipadas de 26 de Maio, disse existir "um conjunto de problemas que têm de ser resolvidos, a bem da Madeira e do todo nacional" com o Governo da República, que se mantêm "por inoperância, má vontade ou simples negligência".
Dirigindo-se ao vice-presidente do PSD e ministro da Habitação e Infra-Estruturas, Miguel Pinto Luz, o dirigente madeirense afirmou que "tem um caderno de encargos que não é brincadeira" e "tem uma pasta assoberbada de funções e, sobretudo, de dificuldades", considerando existirem condições para os governos da República e regional, assim como as estruturas partidárias, poderem trabalhar "em conjunto, em concertação".
Miguel Albuquerque enunciou, entre os problemas pendentes, a dívida à Madeira relativa a despesas com os subsistemas de saúde das forças de segurança e o "desleixo absoluto a que estão votados os serviços" na região.
Também mencionou a "anedota nacional" que é a concessão da linha aérea entre as ilhas da Madeira e Porto Santo" e o arrastar do concurso dos aparelhos para melhorar a operacionalidade no Aeroporto Internacional da Madeira.
O líder madeirense criticou que o Estado português, no quadro da Protecção Civil, não esteja a suportar o custo com o helicóptero para combate a incêndios na Madeira, um recurso que é garantido pelo orçamento regional e representa uma despesa anual de 2,5 milhões de euros, acrescentado o caso do ferry para ligações marítimas "ainda não saiu do estaleiro".
"Temos de nos concentrar nos objectivos fundamentais", sustentou, complementando serem "questões que basta vontade política para serem resolvidas e outras exigem compreensão para ultrapassar "partidarite" aguda" e devem estar "acima das lutas partidárias.
Miguel Albuquerque apontou que o objectivo do partido é "manter um governo [regional] a favor do desenvolvimento integral da região".
"O grande desafio é ganharmos as eleições [antecipadas de 26 de Maio]" e garantir um quadro governativo estável, reforçou no discurso de encerramento que durou mais de 45 minutos.
Neste congresso foram eleitos os órgãos interno do partido, tendo João Cunha e Silva sido reconduzido no cargo de presidente da Mesa do Congresso, Rui Abreu no de presidente do Conselho de Jurisdição e Guilherme Silva é o responsável do Conselho Regional.
Na sessão de encerramento discursou também o líder parlamentar do PSD-Açores, João Bruto da Costa, que transmitiu uma "mensagem de confiança e esperança" do presidente do PSD e do Governo Regional açoriano, José Manuel Bolieiro, e defendeu a necessidade de "combater os velhos do Restelo" do centralismo de Lisboa e o "revanchismo contra as autonomias".
No final de Janeiro, Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira e envolve ainda dois empresários ligados à construção civil e o social-democrata Pedro Calado, que na altura era presidente da Câmara do Funchal e, posteriormente, renunciou ao cargo.