“Esta é a solução para proteger vidas.” Foi assim que Volodymyr Zelensky descreveu, numa publicação feita no X neste sábado, 20 de Abril, a aprovação do novo pacote de ajuda de quase 61 mil milhões de dólares (cerca de 57 mil milhões de euros) na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

O Presidente ucraniano manifestou-se “esperançoso” de que a ajuda militar seja aprovada “rapidamente” pelo Senado norte-americano. “Sem dúvida que usaremos a ajuda norte-americana para fortalecer ambas as nossas nações e para nos aproximar de um final justo para esta guerra, a guerra que Putin tem de perder”, continuou.

Pouco depois da votação, o Presidente norte-americano exortou o Senado a enviar o mais rapidamente possível o pacote de assistência ao seu gabinete.

Depois de meses de incerteza sobre se os EUA viabilizariam um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, neste sábado a Câmara dos Representantes aprovou a medida com 311 votos a favor e 112 contra.

Dmytro Kuleba, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, falou de “um mau dia para Putin” e “para qualquer um que se tenha atrevido a acreditar que os EUA poderiam hesitar”. “Todos os que tornaram esta decisão em realidade fizeram a escolha certa”, afirmou. O ministro das Finanças da Ucrânia sublinhou que o pacote constitui “uma ajuda extraordinária” necessária à estabilidade financeira do país.

A comunidade internacional não ficou indiferente à aprovação do pacote. Jens Stoltenberg, o secretário-geral da NATO, salientou que o apoio à capacidade militar do exército ucraniano “nos deixa a todos mais seguros, na Europa e na América do Norte”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou o “voto muito positivo” da Câmara dos Representantes e voltou a afirmar que a “Ucrânia merece todo o apoio que conseguir ter contra a Rússia”. Já o presidente do Conselho Europeu escreveu que a aprovação do pacote de ajuda “envia uma mensagem muito clara ao Kremlin”. “Aqueles que acreditam na liberdade e na Carta das Nações Unidas vão continuar a apoiar a Ucrânia e o seu povo”, escreveu Charles Michel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português também fez uma publicação no X: “Portugal saúda a aprovação, pelo Congresso dos Estados Unidos, de um pacote de ajuda de 61 mil milhões de dólares à Ucrânia. Juntamente com a União Europeia, apoiamos a Ucrânia na defesa dos nossos valores e princípios democráticos comuns.”

Em declarações a agências de notícias russas, citadas pela Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou que a decisão da Câmara dos Representantes vai “tornar os Estados Unidos mais ricos, arruinar a Ucrânia e resultar na morte de mais ucranianos”.