Montenegro apoia Albuquerque, que disse a militantes para não “ficarem ressabiados”

Na abertura do congresso, o líder do PSD/Madeira assegurou que enfrentar situações difíceis é a sua “praia” e mostrou-se confiante na vitória das eleições regionais antecipadas.

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Miguel Albuquerque, presidente do PSD Madeira, esta manhã durante a abertura do 19º Congresso do PSD Madeira HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
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O líder nacional do PSD, Luís Montenegro, manifestou este sábado apoio ao presidente dos sociais-democratas madeirenses, Miguel Albuquerque, e defendeu uma "relação de cooperação estratégica muito estreia" com os governos das regiões autónomas.

"Nesta ocasião quero expressar ao Miguel Albuquerque, em nome do PSD nacional, toda a sorte e todo o espírito de cooperação para todos estes desafios" eleitorais que o partido vai enfrentar na Madeira, declarou Luís Montenegro numa mensagem em vídeo enviada para o 19.º congresso do PSD/Madeira, que decorre este fim-de-semana no Funchal.

O também primeiro-ministro, que não participa nesta reunião magna do PSD/Madeira porque faz uma visita a Cabo Verde, considerou que os recém-eleitos do PSD madeirense têm, nos próximos dois anos, um "trabalho político" que "vai ser intenso", começando com as eleições regionais, depois as europeias e, no próximo ano, as autárquicas.

"São todos desafios enormes aos quais se junta naturalmente o apoio e a colaboração entre a Região Autónoma da Madeira e o Governo da República", acrescentou.

Luís Montenegro desejou que "a Madeira continue a ser um farol de orientação daquilo que são as políticas do PSD, as políticas sociais-democratas que transformam a vida das pessoas, garantem uma verdadeira igualdade de oportunidades, que promovem o crescimento da economia como a forma, como o pressuposto para podermos ter mais justiça social".

Nesta mensagem gravada, também "em nome do Governo", assegurou que estará "ao lado da Região Autónoma da Madeira, como também dos Açores, no aprofundamento das autonomias regionais, que tem sido um caminho percorrido em várias circunstâncias".

Ainda destacou o "empenho" para haver "uma relação de cooperação estratégica muito estreita em poder garantir, que é muitas vezes delegando nos órgãos de governo das regiões autónomas que servimos melhor os interesses do país e das pessoas que residem, trabalham ou visitam as regiões autónomas". Luís Montenegro considerou existirem "muitos exemplos daquilo que são avanços no aprofundamento das autonomias".

"Vamos continuar a fazê-lo do ponto de vista legislativo, do ponto de vista constitucional quando houver essa oportunidade —, mas, sobretudo agora, do ponto de vista da relação entre os governos da República e governos das regiões autónomas", reforçou. "Não há dúvida nenhuma de que não estamos em tempo de aventuras, não estamos em tempo de mudar aquilo que é uma trajectória de prosperidade, uma trajectória de maior justiça social, uma trajectória de igualdade de oportunidades", defendeu.

Enfrentar dificuldades é a "praia" de Albuquerque

Na abertura do congresso, o líder do PSD/Madeira assegurou que enfrentar situações difíceis é a sua "praia", declarando que o partido inicia um novo ciclo, que tem de ser de união, para vencer as eleições regionais antecipadas de 26 de Maio. "Não vale a pena perder mais tempo com eleições internas", afirmou Miguel Albuquerque.

A reunião magna dos sociais-democratas madeirenses acontece na sequência da crise política desencadeada por um processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago e no qual Miguel Albuquerque, que lidera também o Governo Regional desde 2015, foi constituído arguido.

O líder insular considerou ser importante "acabar com as divisões" e apostar na união do partido, indicando aos militantes apoiantes da candidatura derrotada que "não vale a pena ficarem com reservas mentais e ficarem ressabiados".

"Iniciamos hoje mais um ciclo na vida do partido que começa com uma situação de plena motivação", disse Albuquerque, acrescentando: "Sinto que tenho menos 20 anos. Estou cheio de energia e determinação." O presidente reeleito do PSD/Madeira sustentou que a política "exige coragem física e psicológica", além de "capacidade de resistir, determinação e capacidade férrea".

"Volto a frisar que esta situação de ter situações difíceis pela frente é a minha praia", reforçou, considerando que o partido "tem de ser liderado por aqueles que sabem enfrentar" os problemas, apontando o caso da aluvião do 20 de Fevereiro de 2010 que provocou dezenas de mortos, centenas de desalojados e prejuízos materiais avaliados em mais de mil milhões de euros.

O líder madeirense também argumentou que "seria fatal" ir para eleições "diminuídos na sua capacidade negocial", observando que "as denominadas linhas vermelhas são uma invenção prodigiosa da esquerda para condicionar cenários de governabilidade".

"Não temos razões nenhumas para estarmos preocupados e pessimistas", realçou, concluindo:"Somos um partido que não se intimida com acções mediáticas da PJ [Polícia Judiciária]".