Estudantes ocupam Ministério do Ambiente para exigir “transição justa”

Jovens querem entregar um plano à nova ministra Maria da Graça Carvalho que permite “responder às crises climática e social de uma forma justa e compatível com a ciência climática”. Há dez detidos.

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Jovens estudantes e activistas em protestos pelo clima em 2022 Nuno Ferreira Santos/ARQUIVO
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Estudantes do Movimento Fim ao Fóssil bloquearam, nesta sexta-feira, a entrada no Ministério do Ambiente e sentaram-se no átrio do edifício para exigir uma "transição justa" até 2030. Sentados no chão e unidos por tubos metálicos, os jovens recusam-se a abandonar o local antes de entregar um plano à tutela que "procura responder às crises climática e social de uma forma justa e compatível com a ciência climática", segundo um comunicado enviado ao PÚBLICO.

"Aprendemos que precisamos do fim dos fósseis até 2030. A ONU ainda esta semana avisou que temos dois anos para criar e começar a implementar os planos necessários. Mas o Governo continua sem ter um plano para garantir o fim ao fóssil nos prazos da ciência", explica Teresa Núncio, estudante de Medicina, presente no local. "Nós não queríamos estar aqui mas não temos outra opção", refere. "Estamos a ocupar pacificamente este Ministério, para que tenham de ouvir o plano da ciência e da Justiça. A escolha é da ministra: vai escolher garantir a nossa sobrevivência?".

O projecto que tencionam entregar à nova ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, "defende e demonstra como é possível reduzir as emissões nacionais de gases com efeito de estufa em 80-90%, criando 200 mil a 259 mil novos postos de trabalho".

O comunicado refere ainda que "dezenas de estudantes também se manifestavam pacificamente", no exterior do Ministério, mas foram abordados pela polícia e "forçados a entrar na garagem do edifico".

Nos últimos anos, os estudantes têm levado a cabo várias acções de protesto em defesa da redução dos combustíveis fósseis e consequentes emissões de gases com efeito de estufa que levam ao aquecimento do planeta.

Contactada pela agência Lusa, fonte do Ministério do Ambiente confirmou que os jovens entraram esta manhã nas instalações do ministério e atiraram tinta à fachada. A mesma fonte adiantou que a PSP acabou por retirar rapidamente os jovens do edifício e que não se registaram incidentes.

Também contactada pela Lusa, fonte da PSP adiantou que foram detidos dez jovens, que já se encontram a aguardar interrogatório judicial.

Segundo a mesma fonte, os jovens ocuparam o edifício e colocaram cadeados nas portas. Foram ainda identificados outros jovens e entre eles encontrava-se um menor de 15 anos, adiantou a PSP. com Lusa