Perigo de tsunami na Indonésia após erupções explosivas do Monte Ruang

Monte Ruang entrou em erupção na noite de terça para quarta-feira. As erupções estão a aumentar de intensidade. Autoridades da Indonésia temem que o vulcão colapse na água e cause um tsunami.

Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia
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Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia BASARNAS HANDOUT / EPA
Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia
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Civis e membros da Agência Nacional de Busca e Salvamento observam o fumo e as cinzas em erupção nas Ilhas Sitaro, Indonésia BASARNAS HANDOUT / EPA
Socorristas retiram um residente durante uma erupção, em Sitaro, Indonésia
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Socorristas retiram um residente durante uma erupção, em Sitaro, Indonésia BASARNAS HANDOUT / EPA
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia
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A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia PVMBG HANDOUT / EPA
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia
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A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia PVMBG HANDOUT / EPA
A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia
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A erupção do vulcão Monte Ruang vista a partir de Sitaro, na Indonésia PVMBG HANDOUT / EPA
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O vulcão indonésio do Monte Ruang entrou em erupção na noite de quarta-feira e expeliu uma nuvem de gases e piroclastos a uma altitude superior a dois quilómetros. Todas as localidades num raio de seis quilómetros em torno do cume estão a ser evacuadas por causa das emissões de lava e por receios que o vulcão colapse para dentro de água, causando um tsunami, como aconteceu em 1871. O alerta vulcanológico está agora no nível mais elevado.

Em pouco mais de 24 horas registaram-se cinco erupções vulcânicas no Monte Ruang, que se estão a tornar progressivamente mais violentas e que surgem depois de uma crise sísmica na região. Os 800 habitantes da ilha com o mesmo nome estão a ser retirados para uma ilha vizinha, Tagulandang, onde as autoridades também apelam à cautela por causa da possível queda de materiais incandescentes e da invasão pelos gases expelidos pelo vulcão.

O Monte Ruang é um estratovulcão, isto é, tem uma estrutura cónica que vai crescendo à medida que a lava se acumula, arrefece e solidifica — como é o caso também do vulcão da Ilha do Pico, nos Açores. As erupções deste tipo de vulcões costumam ser mais explosivas do que efusivas: por ser especialmente viscosa, a lava não tem tanta facilidade em escorrer e dar origem aos velozes rios de lava que se observam tipicamente em vulcões como o Kilauea, no Hawai.

É por isso que os principais perigosos associados à erupção do Monte Ruang são a emissão de materiais rochosos incandescentes a altitudes significativas, caindo depois a grandes velocidades, e a poluição da atmosfera por gases como o vapor de água a altas temperaturas, monóxido de carbono e substâncias com enxofre.

A visibilidade do tráfego aéreo também pode estar comprometida — daí que a autoridade aeroportuária da capital da Indonésia tenha decidido encerrar o Aeroporto Internacional de Manado, a mais de 100 quilómetros do vulcão, "devido à propagação de cinzas vulcânicas que podem comprometer a segurança dos voos". Os ventos podem espalhar a nuvem de cinzas lançadas pelo Monte Ruang numa área significativa em torno do vulcão, tal como aconteceu em 2002.

As imagens da erupção vulcânica, que estão a ser captadas à distância, a partir das Ilhas Sitaro, também na Indonésia, mostram a dimensão deste fenómeno natural. As fotografias mostram imponentes e densas nuvens gasosas com cinzas incandescentes a sair da estrutura do vulcão e a causar trovoadas no interior. É o resultado da acumulação de gases a elevadas pressões no interior do vulcão, sendo depois expelidas com extrema violência.

São cenários a que a Indonésia já se habituou. O país faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, um cinturão de vulcões activos em torno do Oceano Pacífico que surgiram da colisão entre a placa tectónica marinha sobra a qual assenta o oceano e as Placas Euro-Asiática, Indo-Australiana, da América do Norte e da América do Sul.

A Placa do Pacífico, por ser mais pesada, mergulha sobre as restantes, permitindo a subida do magma. É aqui que se registam sete em cada 10 dos sismos que ocorrem no planeta, resultado da libertação da energia acumulada nos materiais rochosos quando duas placas colidem entre si.

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