Imaginava que na revista Fugas de 20 Abril, uma edição dedicada aos 50 anos do 25 de Abril, eu teria de fazer duras negociações com a editora — a Sandra — para ter espaço destinado aos vinhos do Porto, Madeira ou Moscatel lançados para celebrar o cinquentenário da revolução. E quem diz vinhos generosos diz vinhos tranquilos, cervejas, aguardentes, azeites, queijos (sim, porque não uma edição especial do queijo São Jorge?), conservas ou outra coisa qualquer que alegra os portugueses à mesa e que recordasse a data mais importante da nossa história contemporânea. Mas, vai-se a ver — e com as excepções da Barros e da Quinta da Pacheca, ambas com Portos 50 anos, ou da Musa com a cerveja Filhos da MadrugAPA — parece que ninguém mais se lembrou do evento. Por tudo e por nada fazem-se edições especiais no mundo do vinho porque isso dá ruído comunicacional e aumenta as vendas. Mas, nos 50 anos do 25 de Abril, não se viu nada. Ou quase nada. Intrigante, não? O que terá acontecido? Distracção? Esquecimento? Ou desprezo pela data? Não sabemos.
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