Roger Schmidt quer que o Benfica seja “uma equipa brava” em Marselha
Os “encarnados” defendem nesta noite, no Stade Vélodrome, uma vantagem de um golo na segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa.
Do lado do Marselha, Jean-Louis Gasset promete que na noite desta quinta-feira (20h, SIC) o Stade Vélodrome estará “a pegar fogo” na recepção ao Benfica, mas, no duelo que vai decidir quem ficará a apenas um passo da final da Liga Europa, o passado e o presente parecem jogar contra o treinador dos franceses. A atravessar um momento de forma melhor do que o rival gaulês, que acumula cinco derrotas consecutivas, o Benfica conta no currículo com um saldo 100% positivo sempre que se cruzou em provas europeias com os marselheses mas, para Roger Schmidt, na segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa será preciso que os benfiquistas sejam “uma equipa brava”.
Nenhum dos treinadores o assumiu frontalmente na antevisão do duelo, mas, na noite desta quinta-feira no Vélodrome, Marselha e Benfica vão lutar pela única bóia que pode salvar os dois clubes de um naufrágio na temporada 2023/24. Se os marselheses estão num pouco recomendado 9.º lugar na Ligue 1, a 24 pontos do rival Paris Saint-Germain e a 13 pontos do terceiro lugar, a posição em que concluíram a última época, o Benfica parece ter ficado com as contas no campeonato português definidas nos últimos dias à custa do Famalicão: o empate do FC Porto e a vitória do Sporting contra os minhotos, deixaram o estatuto de vice-campeões das “águias” preso por meros formalismos.
Assim, estando já arredado da final da Taça de Portugal e após um desempenho na Liga dos Campeões que ficou muito aquém do que tinha sido conseguido na temporada passada, o Benfica de Roger Schmidt coloca todas as fichas num sucesso europeu.
O “all in” do técnico alemão na Liga Europa – a vitória na final de Dublin garantiria aos “encarnados” a entrada directa na Liga dos Campeões – ficou claro no passado domingo, quando Schmidt abdicou de uma das suas regras e mudou praticamente toda a equipa na recepção ao Moreirense para o campeonato. Agora, num jogo em que não terá margem de erro, o germânico deverá voltar ao conservadorismo nas suas opções.
Para a viagem ao Sul de França, o Benfica teve disponíveis praticamente todos os jogadores do seu plantel - a excepção são os lesionados Bernat e Tomás Araújo – e, na comitiva “encarnada” que viajou nesta quarta-feira para Marselha, as novidades foram os jovens defesas Adrian Bajrami e Diogo Spencer.
No entanto, quando Schmidt anunciar aos seus jogadores o “onze”, o difícil será que surja alguma surpresa e que a equipa escolhida não seja decalcada da que iniciou o jogo de há uma semana no Estádio Luz, embora o germânico diga que espera “um jogo diferente do da primeira mão”: “Todos os jogos têm a sua própria história, creio que estivemos bem em casa, mas infelizmente sofremos um golo. Creio que precisamos de bravura, de inteligência táctica e muita motivação. Já mostrámos que neste tipo de atmosferas conseguimos mostrar um bom futebol e é isso que vamos tentar mostrar."
Sobre a estratégia que irá utilizar, o treinador do Benfica diz que a sua equipa não pode “defender apenas” e terá “de ter momentos em que” precisa “de ter posse de bola”, uma vez que os jogadores do Marselha “serão mais agressivos do que foram na primeira mão. “Estão em casa, por isso quererão ter mais posse de bola e exercer mais pressão. Temos de manter a nossa qualidade nas transições, como já mostrámos esta época. Teremos de ser uma equipa equilibrada, que quer marcar golos."
A agressividade anunciada por Schmidt, não deverá ser apenas sentida dentro do campo. Jean-Louis Gasset, treinador do Marselha, disse que os seus jogadores estão “conscientes da partida que devem fazer” e que haverá “um estádio a pegar fogo”: “Devemos trazer esse público para nós, através da nossa atitude, agressividade e eficácia. O público fará o seu trabalho, cabe-nos estar à altura.”