Ton Koopman e Andreas Scholl no novo ciclo Lisboa Música Antiga

Promovido pelo Divino Sospiro, o Lisboa Música Antiga propõe, entre 18 e 28 de Abril, um itinerário pela música sacra portuguesa e europeia do século XVIII, interpretada em várias igrejas de época.

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Photo: Marco Borggreve
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Andreas Scholl actuará no ciclo ao lado do tocador de alaúde Edin Karamazov Marco Borggreve
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Ton Koopman regressa, 30 anos depois, para tocar novamente no órgão da Basílica dos Mártires FOPPE SCHUT
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Teremos a oportunidade de, 30 anos depois, ver o maestro Ton Koopman. Não a dirigir uma orquestra, entenda-se, mas a sentar-se em banco de organista. Receberemos Andreas Scholl para um concerto que o contratenor partilhará com o tocador de alaúde Edin Karamazov. São dois dos seis concertos que compõem o novo ciclo Lisboa Música Antiga, promovido pelo Divino Sospiro e que decorre entre 18 e 28 de Abril em igrejas da capital portuguesa associadas ao século XVIII, de que é feito o repertório da música sacra portuguesa e europeia que compõe o programa da quase totalidade dos concertos.

Em 1994, o maestro neerlandês Ton Koopman, que tem no órgão a sua primeira vocação, estava em Lisboa para uma ocasião especial. Caber-lhe-ia a honra de estrear em concerto o restaurado órgão da Basílica dos Mártires, no Chiado, obra do mestre organeiro português do barroco António Machado Xavier e Cerdeira (1756-1828). Trinta anos depois, o maestro volta a ser organista, no mesmo local, com o mesmo instrumento. O reencontro dá-se no dia 27 de Abril, véspera da despedida do ciclo Lisboa Música Antiga, que encerrará com o Requiem de Mozart da Sé de Évora pelo Americantiga Ensemble e solistas da Orquestra Barroca de Mateus.

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Americantiga Alberte Paz

O encerramento, no Convento dos Cardaes, irá fazer-se, então, com uma versão portuguesa da obra de Mozart (para quatro cantores, violoncelo, órgão e dois fagotes) alojada na Sé de Évora em manuscritos datados da alvorada do século XIX. Será uma despedida a fazer justiça ao propósito do ciclo, que passa por propor um “itinerário pelos patrimónios musicais europeu e português de música sacra do século XVIII”, como lemos no texto de apresentação de Lisboa Música Antiga, e, numa perspectiva mais alargada, à missão que vem animando o percurso do Divino Sospiro, que desde 2004 trabalha na investigação, recuperação, valorização e divulgação, quer em palco quer na fixação de obra fonográfica, do património musical português do barroco.

O ciclo inaugura-se na Capela da Bemposta, dia 18, às 20h30 (horário de todos os concertos), com o celebrado contratenor alemão Andreas Scholl, colaborador regular do Divino Sospiro, e o tocador de alaúde Edin Karamazov a interpretarem um programa composto por canções do barroco inglês (com Händel como limite temporal) e peças da autoria do instrumentista bósnio.

Dia 19 de Abril, ainda na Capela da Bemposta, onde acontecem os três primeiros concertos do ciclo, a Arte Mínima, ensemble criado em 2011 por Pedro Sousa Silva para a interpretação de música dos séculos XV, XVI e XVII, porá em diálogo a polifonia instrumental de Leonora Duarte (1610-1678), compositora flamenga descendente de portugueses, descrita como tendo uma “natureza doméstica, feminina, instrumental e protestante”, e a “austeridade dos sons catedralícios das matinas para a Semana Santa” compostos no início do século XVII e cujos manuscritos se encontram preservados na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

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Arte Mínima DR

A passagem do Lisboa Música Antiga pela Capela da Bemposta termina, dia 20, com a primeira apresentação no ciclo do Requiem de Mozart da Sé de Évora pelo Americantiga Ensemble e os solistas da Orquestra Barroca de Mateus. A direcção artística é de Ricardo Bernardes, também responsável pela transcrição dos manuscritos arquivados na Sé de Évora.

A completar a programação temos, inevitavelmente, o Divino Sospiro. No início da segunda semana do ciclo, dia 26 de Abril, apresentarão um programa dedicado ao compositor Benedetto Marcello, nome de destaque na Veneza do século XVIII, que será apresentado no Convento dos Cardaes. A direcção artística é, claro, de Massimo Mazzeo, que assume essa função no Divino Sospiro desde a sua criação, e a interpretação de Teodoro Baú (viola da gamba), Francesco Tomasi (teorba), Lucia Di Nicola (cravo) e da soprano Mariana Castello Branco.

Corrigido às 17h11: o último concerto do ciclo, dia 28 de Abril, terá lugar no Convento dos Cardaes e não na Igreja do Sacramento, alteração de última hora comunicada pela organização.

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