Ataque russo em Chernihiv faz 16 mortos
Pelo menos 60 pessoas ficaram feridas depois de três mísseis cruzeiro terem atingido o centro da cidade no Norte da Ucrânia.
Três mísseis russos caíram sobre o centro de Chernihiv, uma cidade no Norte da Ucrânia próxima da fronteira russa, matando pelo menos 16 pessoas, ferindo dezenas e destruindo edifícios civis.
O Presidente Volodymyr Zelensky voltou a apelar aos aliados que se apressem a prestar apoio defensivo aéreo depois de a cidade, que tinha uma população anterior à guerra de 300 mil pessoas, se ter tornado no alvo mais recente da cada vez mais intensa campanha de bombardeamentos russos.
“Isto não teria acontecido se a Ucrânia tivesse recebido suficientes equipamentos de defesa antiaérea e se a determinação do mundo em derrotar o terror russo tivesse sido suficiente”, afirmou Zelensky numa publicação no Telegram.
Vídeos obtidos pela Reuters mostram chamas e colunas de fumo negro a erguer-se sobre a cidade, que fica a 150 quilómetros de Kiev.
Três explosões atingiram a zona central da cidade, geralmente movimentada, pouco depois das 9 horas desta quarta-feira (menos duas horas em Portugal continental), destruindo um hotel, segundo as autoridades locais.
O ataque também danificou vários edifícios residenciais, um hospital, uma instalação escolar e dezenas de carros.
“Infelizmente, a Rússia continua as suas actividades terroristas contra civis e contra a infra-estrutura civil, como se confirma com este ataque contra Chernihiv”, disse o autarca interino da cidade, Oleksandr Lomako.
Mais de 60 pessoas, incluindo três crianças, ficaram feridas, afirmou.
A Rússia, que nega visar civis nos seus bombardeamentos, utilizou três mísseis cruzeiro Iskander, disse o governador regional Vyacheslav Chaus ao canal Suspilne.
Protecção nas caves
“Ainda não percebi bem tudo o que aconteceu. A coisa mais importante para mim é que o meu filho estava na escola numa cave”, afirmou Irina, de 35 anos. “A escola é próxima e estava sobretudo preocupada que eles tivessem tempo suficiente para ir para baixo.”
As escolas estão equipadas com abrigos nas caves para que as crianças e os professores se possam esconder.
Enquanto os habitantes juntavam vidro e destroços com pás perto dos edifícios residenciais, os médicos locais apelavam a doações de sangue e os dirigentes locais declararam um dia de luto.
A Ucrânia enfrenta uma acentuada escassez de munições, incluindo sistemas de defesa antiaérea e mísseis, enquanto o financiamento essencial dos EUA está bloqueado pelos republicanos no Congresso há vários meses e a União Europeia continua a falhar os prazos de entrega de munições.
A Rússia tem aproveitado para tirar partido desses atrasos nas últimas semanas, intensificando os ataques contra cidades ucranianas e visando o sector energético e outras infra-estruturas críticas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, agradeceu à Alemanha pelo fornecimento de uma terceira bateria de defesa antiaérea Patriot, apelando aos restantes aliados que sigam o exemplo.