Manifesto pela adopção de um “pacto para o oceano” entregue no Parlamento Europeu

No manifesto entregue em antecipação das eleições europeias são pedidas metas concretas para defender o oceano, lembrando que “o oceano sustenta toda a vida na terra”.

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As próximas eleições, de 6 a 9 de Junho deste ano, são consideradas cruciais para o futuro dos oceanos Rui Gaudêncio
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Um pacto sobre a protecção do oceano é o que se pede num manifesto entregue nesta quarta-feira no Parlamento Europeu, numa iniciativa da Fundação Oceano Azul e do centro de estudos Europe Jacques Delors, em antecipação das eleições europeias de Junho.

O documento é subscrito por personalidades de vários quadrantes, entre as quais a antiga ministra Assunção Cristas, que deteve as pastas da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (2011-2015), José Maria Costa, ex-secretário de Estado para os assuntos do Mar (2022--2024) e Maria Damanaki, ex-comissária europeia para os assuntos Marítimos e Pescas (2010-2014), entre outras.

No manifesto são pedidas metas concretas para defender o oceano, a pensar num plano de acção a desenvolver durante o mandato da próxima Comissão Europeia.

O documento, oficialmente apresentado na "Our Ocean Conference", na Grécia, foi entregue no Parlamento Europeu, para exigir "acções ambiciosas".

"O oceano sustenta toda a vida na terra e oferece à Europa dezenas de serviços e oportunidades essenciais, que abrangem múltiplos aspectos das nossas vidas: regulação do clima, reserva da biodiversidade, segurança alimentar, inovação, emprego, competitividade, ciência, transportes, energia limpa, turismo, conectividade de dados, paz, cooperação e segurança", lê-se na fundamentação.

As próximas eleições, de 6 a 9 de Junho deste ano, são consideradas cruciais para o futuro dos oceanos, pelo que os subscritores do manifesto lembram que, até à data, a política marítima da União Europeia (UE) ainda não conseguiu dar resposta aos desafios.

"Sem uma aposta imediata e corajosa", afirmam, a UE "arrisca-se a perder o seu melhor aliado na transição para um futuro sustentável, próspero e pacífico".

O manifesto defende uma economia azul sustentável, forte e competitiva, através da exploração do potencial económico de indústrias oceânicas já existentes e da promoção de sectores inovadores e neutros em carbono.

O combate à poluição, com a limpeza e redução do lixo marinho, adoptando medidas vinculativas para as indústrias, constam entre os desígnios expressos no manifesto, subscrito por cerca de 30 personalidades, nas quais se inclui também o ex-embaixador da UE nas Nações Unidas e nos Estados Unidos João Vale de Almeida.