Urgência pediátrica do hospital da Póvoa de Varzim deixa de atender casos menos graves

Administração da unidade de saúde fala em familiarização com o projecto: metade das crianças que vão às urgências já chega previamente referenciada pela Linha de Saúde 24.

Foto
Utentes devem ser previamente referenciados pela linha SNS24 ou pelo INEM Nelson Garrido (arquivo)
Ouça este artigo
00:00
02:29

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

As crianças com mais de um ano que a partir desta terça-feira recorram ao serviço de urgência da unidade local de saúde (ULS) da Póvoa de Varzim/Vila do Conde vão deixar de ser atendidas se não forem casos urgentes e se não tiverem sido referenciadas pela linha de Saúde SNS24 ou através do INEM/CODU ou por um médico de família.

Quase um ano depois de se ter estreado nesta unidade de saúde o projecto-piloto Ligue Antes, Salve Vidas” já permitiu que cerca de 93% dos doentes adultos cheguem às urgências já previamente referenciados.

De acordo com os dados partilhados pela ULS num comunicado enviado às redacções, no caso do serviço de urgência pediátrica, 50% das crianças atendidas já chegam previamente referenciadas. Com o alargamento do procedimento da urgência de adultos à pediatria, pretende-se alcançar os níveis de auto-referenciação já atingidos no atendimento de adultos”, estima a unidade de saúde.

Ao PÚBLICO, o presidente do conselho de administração do hospital, Gaspar Pais, explica que, para avançar com o alargamento às crianças deste projecto, adaptou-se a portaria que regulamenta esta extensão à Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho, o primeiro hospital do país a alargar estas mudanças nos acessos aos cuidados de saúde à urgência pediátrica.

Alargámos aquilo que se aplicou em Gaia, que, tanto quanto sei, estava a ter sucesso”, refere Gaspar Pais, para lembrar: “Já há uma aculturação deste projecto, as pessoas já estão familiarizadas. É um projecto que vai fazer um ano, as pessoas aderiram.”

À semelhança do que sucede no caso dos adultos, em vez de serem atendidas nas urgências, as crianças com mais de um ano que não sejam consideradas casos urgentes (pulseiras azuis e verdes) e não tenham sido previamente referenciadas vão ser reencaminhadas para uma consulta nos centros de saúde, que deverá ocorrer no mesmo dia ou no dia seguinte.

Mas há excepções: a portaria que regulamenta este processo refere que ficam de fora destas regras as crianças abaixo de um ano e os verdadeiros casos urgentes, como crianças com problemas crónicos, casos de acidentes, entorses ou com risco de fracturas, por exemplo.

De acordo com a nota à imprensa da referida ULS, o princípio da referenciação prévia é um dos objectivos do lançamento, em Maio de 2023, da 1.ª fase do projecto-piloto”. O programa potenciou, desde o arranque da 2.ª fase, em Janeiro deste ano, a marcação directa, nas Unidades de Saúde Familiar, de 8731 consultas, originando, em paralelo, 2482 referenciações para marcação de consulta (entretanto, já efectivadas).

Sugerir correcção
Comentar