Pelo menos seis palestinianos mortos por Israel desde sexta-feira na Cisjordânia

A violência por parte dos colonos israelitas tem escalado desde o desaparecimento de um jovem de 14 anos na Cisjordânia. Só esta segunda-feira, foram mortos três palestinianos.

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Funeral de Yazan Ishtayeh REUTERS/Raneen Sawafta
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Uma incursão militar israelita, em Nablus, na Cisjordânia ocupada, esta segunda-feira, fez um morto e três feridos, segundo o Ministério de Saúde palestiniano. A vítima mortal era Yazan Ishtayeh, um jovem de 17 anos. Uns quilómetros mais a sul, em Aqrabah, dois palestinianos foram mortos a tiro por colonos israelitas, informou o Crescente Vermelho palestiniano.

Desde o início da guerra, a 7 de Outubro, tornaram-se ainda mais frequentes os ataques de colonos israelitas a aldeias palestinianas, segundo relatos das autoridades. Na passada sexta-feira, dia 12, os ataques intensificaram-se após o desaparecimento de um adolescente israelita de 14 anos, na Cisjordânia. As autoridades de Israel culpam "terroristas palestinianos" pelo assassinato do jovem. O ministro da Defesa pediu aos israelitas que “não façam justiça pelas próprias mãos”, mas nem por isso a violência parou. Yazan é pelo menos o sexto palestiniano morto pelas forças israelitas ou por colonos armados desde esse dia, contabiliza a Reuters.

Um porta-voz da Polícia de Fronteira israelita alega que polícias à paisana, juntamente com o Exército israelita, entraram em Nablus, no Norte da Cisjordânia, com o objectivo de prender um suspeito. Durante essa busca, uma pessoa terá lançado um explosivo contra as autoridades, acabando por ser morta a tiro.

Também em Aqrabah, dois palestinianos foram mortos. Tanto a comunicação social palestiniana como um agente de Israel dizem que quem vitimou os dois homens foram colonos israelitas.

Casas e carros a arder, gás lacrimogéneo, pedras: têm sido assim os ataques de colonos israelitas a cidades na Cisjordânia ocupada. Começaram na aldeia de Mughayir, entre Ramallah e Nablus: aí, pelo menos um palestiniano morreu e 25 ficaram feridos. As IDF garantem que as suas forças atingiram palestinianos que lhes lançavam pedras.

No domingo, um vídeo publicado pela organização israelita Yesh Din, que advoga pelo cumprimento dos direitos humanos, mostra um grupo de colonos mascarados que parece ter incendiado um carro, sob a vigilância de pelo menos três soldados israelitas. Na Cisjordânia, é cada vez mais difícil distinguir colonos e soldados. Não só o Governo distribuiu milhares de armas pelos colonos, como também realocou membros que protegem os colonatos em algumas unidades da IDF que estavam desfalcadas devido à mobilização para Gaza.

Para além dos 33 mil palestinianos mortos em Gaza por Israel, quase 500 morreram na Cisjordânia às mãos dos colonos ou do Exército israelita, segundo o Ministério da Saúde palestiniano, citado pela Reuters. No mesmo período de tempo, morreram 13 israelitas na Cisjordânia, entre os quais membros das autoridades.

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