Onze apoiantes do Climáximo começam a ser julgados a 22 de Abril
Activistas acusados de crimes de desobediência e de “interrupção das comunicações” arriscam penas superiores a um ano de prisão. Movimento prepara três dias de acções de “solidariedade e resistência”.
Onze apoiantes do movimento Climáximo, dedicado à justiça climática, vão começar a ser julgados em 22 de Abril pelo bloqueio da Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em Dezembro de 2023, anunciou nesta segunda-feira o movimento.
A activista do Climáximo Matilde Alvim disse à Lusa que o julgamento irá decorrer no Campus de Justiça nos dias 22, 23 e 24 de Abril e que estão a ser organizadas "actividades de solidariedade e resistência" ao longo dos três dias.
Os 11 activistas em julgamento, com idades entre 20 e 58 anos, estão acusados de crimes de desobediência e de "interrupção das comunicações". Em caso de condenação, arriscam penas superiores a um ano de prisão.
Na manhã de 14 de Dezembro, um dia após o encerramento da COP28, a Conferência do Clima das Nações Unidas, alguns manifestantes penduraram-se no viaduto com uma faixa vermelha enquanto outros sentaram-se na avenida, condicionando o trânsito. "O que fizeram? Pararam a normalidade durante 30 minutos, bloqueando a entrada do túnel do Marquês de Pombal num protesto político, deixando veículos em marcha de emergência passar", descreve-se no site do Climáximo.
"A poucos dias dos 50 anos da Revolução dos Cravos, 11 apoiantes do Climáximo vão ser julgados em tribunal pelo protesto político", lê-se no comunicado enviado à imprensa. "O julgamento vai durar três dias e conta com dezenas de testemunhas, para além de um programa em solidariedade que promete envolver e organizar os próximos passos do movimento pela justiça climática" — as "Assembleias de Abril", precisa a informação divulgada pelo Climáximo.
Para os militantes do movimento, estas "11 pessoas serão julgadas por terem lutado pela vida" no planeta.
"Não podemos normalizar a violência extrema que é a crise climática. A seca no Algarve, os milhões de pessoas actualmente deslocados, e as milhares de mortes devido à crise climática. Sabemos que os governos e as empresas continuam os seus planos de destruição. Delegar-lhes a responsabilidade de travar a crise climática é o mesmo que esperar que o ditador ponha fim à ditadura", adianta o movimento.
O programa de acções em defesa da justiça climática inclui debates sobre os "Planos de Desarmamento e de Paz" do Climáximo, palestras e assembleias abertas de "construção dos próximos passos do movimento".