Ex-ministro defende-se: “Júri de exames disse que havia condições para as provas digitais”

Computadores avariados são menos de 1% de todos os que foram comprados nos últimos anos. Modo offline das provas já tinha sido criado no ano passado e era o recomendado.

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João Costa assegura que houve reuniões com todas as escolas para garantir sucesso das provas digitais DR
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“Não é verdade que não tenha havido preparação” para as provas digitais. O ex-ministro da Educação João Costa é taxativo na reacção à decisão do novo Governo de realizar os exames nacionais do 9.º ano em papel por considerar que os antecessores “não asseguraram às escolas as condições necessária” à sua realização em formato digital.

Em declarações ao PÚBLICO, João Costa assegura que o Instituto de Avaliação Educativa (Iave) – responsável pela concepção das provas – e o Júri Nacional de Exames (JNE) – a quem compete assegurar a logística – se reuniram com todos os directores de escolas nos últimos meses para garantir o sucesso da temporada de provas nacionais deste ano lectivo. “O JNE sempre deu garantias de que havia todas as condições para realizar as provas digitais”, acrescenta o ex-governante.

Nessas reuniões, o Iave e o JNE estabeleceram como “modo por defeito” (por omissão, por definição) para a realização das provas digitais que as respostas fossem dadas offline. Esta modalidade já tinha sido criada no ano passado pelo Iave quando, pela primeira vez, as provas de aferição foram feitas em computadores – como voltará a acontecer este ano.

“Se as escolas virem que têm muitos alunos e a largura de banda não suporta, temos duas hipóteses offline”, anunciava então o presidente do Iave, Luís Pereira dos Santos, ao PÚBLICO.

A primeira opção – já então “recomendada vivamente” às escolas – é baseada numa rede local, realizando-se a prova através de um servidor da escola. Essa solução apenas necessita de sincronização com os servidores do Iave no início da prova, para a descarregar, e, no final, para carregar as respostas dos alunos.

A segunda opção (stand alone) implica a instalação da aplicação em que é realizada a prova em cada computador de todos os alunos que vão fazer a aferição, mas foi muito menos utilizada pelas escolas.

O ex-ministro da Educação garante ainda que o número de computadores avariados não era impeditivo da realização das provas em formato digital. Na pasta de transição deixada a Fernando Alexandre, a equipa de João Costa deixou uma lista com os equipamentos que estão avariados, “detalhada escola a escola”.

A contabilidade, feita pelo Ministério da Educação nas últimas semanas de mandato, apurou que os equipamentos que não estão operacionais correspondem “a menos de 1%” do total dos que foram comprados nos últimos anos – mais de um milhão de computadores. Foi com base nessa lista que o anterior Governo libertou, no final de Março, 6,5 milhões de euros para substituir computadores portáteis avariados.

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