Robert DeNiro em Portugal para a primeira edição do Tribeca Festival Lisboa

Em Outubro, o famoso festival multidisciplinar nova-iorquino chega à capital com a realizadora Patty Jenkins ou os actores Griffin Dunne e Whoppi Goldberg.

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Robert DeNiro estará em Portugal REUTERS/Henry Nicholls
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Portugal vai receber pela primeira vez uma versão do Tribeca Festival, que, em 18 e 19 de Outubro, vai estar na capital e trará à cidade Robert DeNiro, um dos fundadores do festival nova-iorquino, mas também a realizadora Patty Jenkins ou os actores Griffin Dunne e Whoppi Goldberg. A ideia é assistir a filmes, séries, experiências imersivas e palestras, mas também “criar uma plataforma para os criadores nacionais” e a possibilidade de gerar co-produções portuguesas com o selo Tribeca, como disse Francisco Pedro Balsemão esta quinta-feira, 11 de Abril, em Lisboa.

DeNiro vem a Lisboa, mais precisamente ao Beato, onde está a chamada “fábrica de unicórnios” e que agora receberá o Tribeca Festival Lisboa, com a produtora Jane Rosenthal, que com ele fundou o Tribeca Film Festival em 2002, como anunciou o presidente do grupo Impresa esta quinta-feira.

Presentes, para já, estarão então Patty Jenkins (Mulher-Maravilha, Monstro) ou os actores Griffin Dunne (Nova Iorque fora de Horas, Um Lobisomem Americano em Londres) e Whoopi Goldberg (A Cor Púrpura, Do Cabaré para o Convento).

“Para nós, SIC e Opto”, disse Balsemão, “a ambição é chegar ao maior número de pessoas com conteúdos de qualidade.” Através de uma parceria da SIC-Opto e a Câmara Municipal de Lisboa vão trazer para Lisboa o Tribeca Festival Lisboa. Esta versão condensada do festival original (que tem duas semanas de duração nos EUA) terá programação anunciada no Verão, marcada por títulos internacionais, mas também “talento existente em Portugal”.

Um dos fundadores do Tribeca Festival é então Robert DeNiro e a edição deste ano do festival nova-iorquino está agendada para 5 a 16 de Junho. A sua história está tão ligada a Nova Iorque que é baptizado com o nome de uma das suas zonas da Baixa de Manhattan e destaca-se pela criação, com DeNiro, Jane Rosenthal e Craig Hatkoff, em 2002, como parte de um esforço de revitalização daquela região após os atentados de 11 de Setembro.

Durante a pandemia, o festival tinha-se reunido com o YouTube para fazer streaming de filmes com um programa co-comissariado por outros festivais como Cannes, Veneza ou Sundance. Mas as verdadeiras versões “pop up” ocorreram dentro dos EUA – Pasadena, Arlington, Nickerson Beach no mesmo ano. O festival tem uma categoria e prémios para videojogos desde 2021, e também por isso deixou de ser o Tribeca Film Festival para abraçar as outras expressões que já inclui – televisão, podcasts, conferências, jogos, exposições.

Na presença da embaixadora dos EUA e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e o vogal da administração da EGEAC, Gonçalo Reis, a apresentação contou também com realizadores e produtores como Leonel Vieira e uma actuação da fadista Sara Correia.

Já o festival, na sua versão caseira e nova-iorquina, não tem um historial longo de ligação com Portugal. Estreou um filme de João Salaviza, por exemplo.

Em comunicado, DeNiro fez saber que “na sua essência, o Tribeca tem como objectivo promover uma comunidade de artistas — quer essa comunidade se encontre a sul da 14th Street, em Manhattan [o triângulo de bairros que dão nome ao festival], ou do outro lado do oceano Atlântico, em Lisboa”.

A programação do Tribeca Festival Lisboa estará nas mãos de Cara Cusumano, vice-presidente sénior de programação e directora do Tribeca Festival, em parceria com a SIC e a Opto, e do produtor português Tony Gonçalves (que trabalhou com a WarnerMedia).

Nenhum dos responsáveis avança muito mais sobre a programação, sobre a possibilidade de antestreias internacionais e nacionais seja em que formato for. Tony Gonçalves explica ao PÚBLICO que tudo acontecerá dentro da filosofia Tribeca: “Expandir o storytelling, em todos os géneros — cinema, podcasts, televisão, experiências imersivas.” Se sobre a presença de criações portuguesas o produtor indica apenas que é uma possibilidade de “dar um palco aos criativos portugueses num patamar único”, já o CEO da Impresa é mais directo.

Balsemão não revelou valores sobre a operação de se associar a esta marca, mas “vai valer a pena. Esperamos muito retorno. Sabemos que estamos a assumir um risco, mas temos acima de tudo muita convicção de que vai ser um game changer para a SIC e Opto e para o sector em Portugal.” O festival terá patrocinadores, bilheteira e outras fontes de receita. “[Mas] vamos procurar explorar a co-produção com a chancela de qualidade Tribeca. E, aí sim, haverá sempre um direito de preferência dado à Opto e à SIC para podermos exibir esses conteúdos.”

Notícia corrigida às 15h31: cargo de Gonçalo Reis na EGEAC

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