INE confirma subida de 2,3% dos preços em Março

Preços dos produtos alimentares aumentaram 0,2% face a Fevereiro e, na energia, a subida foi de 0,1%.

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Os produtos alimentares continuam 27% mais caros do que na média de 2021 Nelson Garrido
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A taxa de inflação homóloga foi de 2,3% em Março, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) face ao observado em Fevereiro, confirmando-se um regresso às subidas dos preços, depois da descida verificada no mês anterior, para 2,1%.

“Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 28 de Março”, assinalou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quarta-feira.

O indicador de inflação subjacente, que exclui da análise aos preços os produtos alimentares não transformados e os produtos energéticos, acelerou para 2,5%, acima dos 2,1% de Fevereiro, o que significa que há outros produtos do cabaz que influenciaram o crescimento homólogo da inflação.

Assim, apesar das contribuições positivas da electricidade, gás e outros combustíveis, o INE destaca ainda os transportes, restaurantes e hotéis, habitação e água. “Em sentido contrário, destacam-se as contribuições negativas dos acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação”, assim como do vestuário e calçado.

Quanto à variação mensal dos preços, foi de 2%, depois de uma variação nula entre Janeiro e Fevereiro (face a Março de 2023 registou-se uma subida de 1,7%). Já a variação média dos últimos meses diminuiu dos 3,3% em Fevereiro, para 2,9% em Março.

“A habitual entrada da nova colecção de vestuário e calçado” justifica que tenha sido nesta classe de produtos que houve maior contributo para a variação mensal de preços (aumento de 26,1% face a Fevereiro). “Em sentido inverso, a única classe com contributo negativo para a taxa de variação mensal do IPC foi a dos acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação”, que caiu 0,1%.

O índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 4,8% (4,3% em Fevereiro) face a Março de 2023, enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados diminuiu para -0,5% (0,8% no mês anterior), o que se justifica parcialmente com o efeito de base associado ao aumento de preços registado em Março de 2023 (variação mensal de 1,5%), adianta o INE.

Em relação aos produtos energéticos, e comparando com Fevereiro, “registou-se um aumento de preços de 0,1%, que contrasta com a diminuição de 0,4% registada em Março de 2023”. Os preços dos produtos energéticos mantêm-se em níveis muito superiores àqueles em que estavam antes do início da guerra contra a Ucrânia – em Março, os preços “fixaram-se 16,5% acima do nível médio de 2021 e 4,8% acima do que se verificou em Fevereiro do ano anterior”.

No caso dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, os preços subiram 0,2% em Março face a Fevereiro, embora a maioria das categorias tenha registado “uma diminuição da respectiva taxa de variação homóloga”. Entre eles, o INE destaca os produtos hortícolas”, cujos preços caíram 6,7% em termos homólogos e reduziram-se em 2% na comparação com Fevereiro.

No conjunto, os preços dos produtos alimentares continuam a situar-se 27% acima do nível médio de preços de 2021. “Refira-se que é expectável um aumento do impacto do efeito de base nesta classe que poderá determinar a aceleração dos preços em Maio, em consequência da medida de isenção do IVA de um conjunto de bens alimentares essenciais”, refere o INE.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português (que permite a comparação com os restantes países da UE) subiu 2,6%, um valor superior em 0,3 p.p. ao registado no mês anterior e 0,2 p.p. acima do valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em Fevereiro, a taxa em Portugal tinha sido inferior à da área do euro em 0,3 p.p.).

Excluindo os produtos energéticos e alimentares não transformados, o IHPC registou uma variação homóloga de 2,8% em Março (2,4% em Fevereiro), que é inferior à taxa correspondente para a área do euro e que está estimada em 3,1%.

O IHPC registou uma variação mensal de 2,3% (0,2% no mês anterior e 2,0% em Março de 2023) e uma variação média dos últimos 12 meses de 3,8% (4,3% no mês precedente).

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